sexta-feira, 9 de junho de 2006

Preguiça mental

Acabei de ler, no jornal Diário de Notícias de hoje, um artigo intitulado «Sistema de ensino português não põe os alunos a pensar» e dei comigo a conversar com os meus botões: seja ou não culpa do sistema (um bode expiatório à medida das incapacidades de muitos dos agentes que integram a dita comunidade escolar e da indiferença da maioria dos agregados familiares), o certo é que, salvo raras e honrosas excepções, existe uma imensa preguiça mental latente na nossa sociedade que, à semelhança de um qualquer vírus, tem vindo a alastrar atacando sem dó nem piedade os neurónios dos portugueses, impedindo-os de raciocinar e transformando a população numa massa amorfa e apática.
Os sintomas só não os vêem quem é cego, uma doença que também tem vindo a alastrar de modo voluntário em Portugal, impedindo que se encontre a cura para o problema da preguiceira mental aguda que grassa por este país fora.
Por isso não é de estranhar que, vivendo numa sociedade que se comporta de forma acéfala, cada um olhe para o seu vizinho de forma anódina e tenha uma visão egoísta do mundo. Claro que as consequências não se fazem esperar: da futilidade das atitudes nasce a anestesia dos princípios e aparecem as apontadas «falhas no raciocínio lógico e na capacidade de resolução de problemas»…

3 comentários:

Luis Eme disse...

Talvez que a frase certa fosse: « Sistema Político não pôe os portugueses a pensar.» Sim, porque a única coisa em que os nossos políticos se preocuparam ao longo dos 32 anos da nossa democracia, foi na sua perpetução no poder, e não em tornar o nosso país mais justo e inteligente, através de uma democracia plena, desde a saúde à educação, o que nunca aconteceu. O famoso "bloco central" nunca se preocupou verdadeiramente com as pessoas. A única excepção foram todos os períodos pré-eleitorais, onde vale tudo para ficar no "poleiro".

Minda disse...

Sobre a qualidade dos nossos autarcas... Bem, é melhor nem falar disso! Apesar de trabalhar num órgão autárquico há quase vinte anos, só agora que sou também autarca, embora de uma modesta Assembleia de Freguesia, é que me tenho vindo a aperceber da ignorância generalizada que anda por aí... uma grande parte dos membros dos órgãos deliberativos desconhece quase tudo sobre o funcionamento do órgão que representam e não quer aprender, o que, na minha modesta opinião, os torna irresponsáveis. Assim, é difícil evoluir. Pela minha parte tudo farei para inverter esta situação.

Minda disse...

É muito fácil dizer: não se resignem! E vindo da boca de quem vem, confesso, sinto que estou a ser enganada. Parece contraditório, mas não é. É que, embora coma muito queijo ele não tem sobre mim o efeito que, tradicionalmente, lhe atribuem... pelo contrário, até me aviva a memória. Quanto ao resto, vamos lá seguir em frente e deixar de ser pessimistas. Sobre os autarcas, a escolha do Jorge Palma é mesmo acertada (aliás como sempre): «deixa-me rir!». Bom domingo e cá te vou esperando, porque já tinha saudades das nossas trocas de "mimos". Até breve.

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