Descobri ontem, na FNAC, este álbum e, como não podia deixar de ser, tive de o comprar logo (é que eu sou uma fã de música árabe e, sobretudo, de Cheb Mami). Sou suspeita quando afirmo que este álbum é fenomenal, mas não encontro outro adjectivo para o classificar… Claro que gosto de todas as músicas (que Cheb canta sempre em dueto, misturando vários géneros musicais, do reggae ao hip-hop, numa mistura de estilos que me fascina, sobretudo pela comunhão linguística, por exemplo entre o francês ou o italiano e o árabe… LINDO!) mas atrevo-me a destacar estas seis: Des 2 Côtés, com Mouss & Hokim; Parisien du Nord, com K-Mel; Cosi Celeste, com Zucchero (que também muito aprecio); Enfant D’Afrique, com Corneille; Clando, com 113 e Azwaw, com Idir.
Mas quem é este cantor argelino, que se tornou conhecido depois de ter gravado um dueto com Sting, o "Desert Rose" (álbum que, como não podia deixar de ser, eu também tenho - até porque sou fã de Sting, desde os Police)?
Na opinião de Thaís Rosa (do site Música do Mundo), «Cheb Mami veio rejuvenescer o género da música “rai” com vários arranjos ocidentais resultando numa versão mais moderna da música árabe e gnawa (original da Argélia). Foi o pioneiro dessa nova atitude “rai” na França (1986)».
Apesar de cantar quase sempre na sua língua natal (árabe), Cheb Mami é um artista de grande sucesso, sobretudo em França, onde o álbum “Meli, Meli” – que eu também tenho, obviamente, chegou a disco de platina. O sucesso comercial não fez, todavia, diminuir o seu empenho na intervenção cívica e política e, por isso, eu admiro-o muito como pessoa. Para quem não sabe, Cheb Mami faz questão de incluir nas letras das canções a sua preocupação quanto aos graves problemas sociais e políticos que agitam a Argélia, de onde teve de partir para se refugiar em França.
Como se pode ler no site Attambur.com «Esta intervenção é, de resto, comum a grande parte das principais figuras do “rai”, estilo musical argelino de que Cheb Mami é um dos principais intérpretes. O apelo a uma maior consciência social e política da população por parte destes artistas têm levado sectores ligados ao fundamentalismo islâmico a condenarem o seu trabalho, obrigando outros criadores a, tal como Cheb, serem forçados a procurar os caminhos do exílio que, contudo, não os afasta de um público fiel nos seus próprios países. O “rai”, que hoje funde estilos árabes e ocidentais, tendo adoptado elementos do “funk”, do “rock” e até do “reggae”, encontra as suas raízes populares em exibições nos mercados, onde os artistas interpretavam as suas canções para as classes mais pobres, abordando problemas que lhes eram comuns. Não é por acaso que o “rai” é frequentemente considerado o “blues” do Norte de África.»
Para mais informações, podem sempre consultar a página oficial de Cheb Mami. E oiçam o disco que vale a pena… mesmo quem julga não apreciar o estilo, experimentar não custa… e devemos estar abertos a novas sonoridades porque é sempre possível aprender a gostar e, por vezes, temos gratas surpresas! Eu que o diga!
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