A propósito da deliberação do atual executivo
sobre a não realização da “marcha das escolas”, como já acontecera em relação
ao “Carnaval das escolas” – que a CDU votou a favor (segundo me esclareceu quem
esteve presente nessa reunião, uma informação que considero credível), um
inspirado militante do PCP (ex-autarca do executivo da Junta de Freguesia da
Sobreda de Caparica) resolveu difundir na rede social Facebook um artigo do seu camarada e vereador António
Matos acrescentando-lhe o comentário: «Para conhecimento… "Este ano, não
há" a marca registada da atual gestão PS/PSD na Câmara de Almada ...»
Mas a CDU, afinal, até tem razão. E muito
obrigada pelo excelente slogan. Sim, "ESTE ANO NÃO HÁ" pode mesmo ser
a marca do atual executivo. Porque este ano e doravante, de facto, ao contrário
do que acontecia durante a gestão CDU, na autarquia de Almada não vai haver,
por exemplo (e citando apenas os casos do mandato de 2013-2017):
Estruturas orgânicas paralelas e dirigentes
vitalícios cujo despacho de nomeação foi declarado nulo (caso de Carlos Dias, Catarina de Freitas ou Ana Paula
Rêgo, entre muitos outros);
Concursos de pessoal à medida dos "amigos”
(caso de António Pombeiro e Paulo Gentil, entre muitos outros);
Não aplicação do SIADAP (de forma generalizada
e há vários anos consecutivos nos SMAS, mas também em algumas divisões municipais);
Etc. etc. etc.
E é bom que tenham a noção de que, somando
todas aquelas ocorrências, são muitos os milhões de euros do erário municipal
(ou seja, dinheiro dos contribuintes) gastos indevidamente. Se mesmo assim a
CMA teve sempre saldos de gerência positivos, imagine qual não seria o seu
valor se aquelas situações nunca tivessem ocorrido. Melhor, pense no
investimento público que poderia ter sido feito em prol da população com o
dinheiro desperdiçado desta forma tão, digamos, infrutífera (menos para aqueles
que beneficiaram diretamente das “operações” referidas).
Vejamos a evolução, verificada nos dois
últimos mandatos, dos gastos de pessoal com “contrato em funções públicas por
tempo indeterminado” (que ocupam postos de trabalho previstos no mapa de
pessoal) e comparemos essa variável com as despesas que nos mesmos anos o
município teve com prestações de serviços (avenças e/ou tarefas) celebradas com
particulares, por ajuste direto, alegadamente para suprir a falta de recursos
próprios da autarquia.
De 2010-2013 para 2014-2017, as despesas com
pessoal dito “em funções” subiu 4,62%. Foram mais 2.877.296€ que não resultaram
apenas da reposição das remunerações ocorrida após 2015, mas também de novas
contratações e promoções diversas.
Especificando. No último mandato foram abertos
vários procedimentos concursais para a carreira técnica superior em áreas tão
diversificadas como: comunicação, direito, engenharia civil, geografia e planeamento
do território ou turismo, por exemplo.
Supostamente, o município estaria a aumentar a
sua capacidade técnica nesses setores. Certo? O que faria diminuir o recurso
aos contratos de prestação de serviços para suprir carências nessas áreas. Correto?
Contudo, durante esse mesmo período, a despesa
com contratos de avença subiu 98,98%. Isso mesmo: quase o dobro. De 791.520€ em
2010-2013 passou para 1.574.927€ em 2014-2017.
Além do incompreensível incentivo à precariedade que estes números parecem indicar na medida
em que os contratos de prestação de serviços foram muitas vezes utilizados para
satisfazer necessidades permanentes dos serviços, como a aplicação da Lei n.º
112/2017, de 29 de dezembro, veio a confirmar, com a proposta de integração de 10 trabalhadores que se
encontravam nessa situação,
Aquela constatação evidencia:
A inexistência de uma política de gestão dos
recursos humanos internos (pelo não aproveitamento das competências técnicas do
pessoal do município);
A recorrente contratação de amigos, familiares
e camaradas (veja-se, por exemplo, os contratos com os juristas cuja ligação ao
PCP é conhecida: Anabela Respeita e Luís Mendes, embora não sejam casos únicos).
E demonstra, sem margem para dúvidas:
Haver uma inadequada aplicação dos dinheiros
públicos. Porquê? Porque os gastos com pessoal técnico superior aumentaram, mas
isso não teve a correspondente contrapartida em termos de melhoria das
respetivas competências.
Isto é, muitos dos novos técnicos superiores,
depois de vencerem os concursos feitos à sua medida, mantiveram as funções de
assistentes técnicos que já tinham anteriormente na autarquia – António Pombeiro e Paulo Gentil são um exemplo dessa situação – passando, no
entanto, a receber um vencimento bastante mais elevado, o que podemos
considerar como sendo uma prática ilegal passível de responsabilidade
financeira.
E se este comportamento tem tido o aval dos
dirigentes daqueles trabalhadores (por não lhes terem alterado os objetivos do
SIADAP adaptando-os à nova carreira / categoria), certo é que o júri do
concurso que lhes permitiu a ascensão profissional será o principal culpado pois
a avaliação curricular efetuada terá sido subvertida em função da necessidade
de apresentar determinados resultados, e muito menos poderemos ilibar de
responsabilidade o então vereador dos recursos humanos (José Gonçalves) pois
que politicamente nada seria suposto avançar sem o seu consentimento.
Por outro lado, há ainda a considerar a
questão da acumulação indevida de funções (um tema ao qual voltaremos em breve)
e as facilidades que são concedidas a certos trabalhadores no que se refere ao
cumprimento do respetivo horário de trabalho, por chefias que preferem “fechar
os olhos” aos abusos cometidos (simplesmente porque não se querem chatear) e
com essa atitude negligente acabam lesando o município não apenas em termos
financeiros (permitindo que se pague a funcionários por trabalho não realizado)
mas também ao nível da respetiva imagem pública da autarquia.
Nada impediu, contudo, que muitos destes
dirigentes, apesar da evidente má gestão do pessoal que tinham sob a sua
direção (alguns, tal como aconteceu nos SMAS, também não aplicaram o SIADAP nos
seus departamentos e/ou divisões – aliás vários trabalhadores já nos vieram
contar que não têm ainda atribuídos os objetivos do biénio de 2017-2018),
vissem as suas comissões de serviço sucessivamente renovadas ao ponto de considerarem
que o lugar era seu ad eterno.
Todavia, é estranho que nenhuma destas
situações, que podem bem vir a causar graves prejuízos em termos de carreira e
remuneração aos trabalhadores por avaliar, não tenha sido abordada pelo STAL na
reunião que este sindicato realizou com o executivo no passado dia 29 de maio,
como se pode deduzir pelo comunicado então emitido (página 1
– página 2).
Crónica publicada no Diário
do Distrito, 06-06-2018
6 comentários:
Não percebo. Esse gentil, nunca foi comunista. Um excelente burguês.
A presidente Ines Medeiros cometeu grande erro ao colocar um tal Armando Correia na presidência,um fulano bufo,nada fazia como diretor amigo da Pardaleca entre outros.
Foi incauto o PS.
Amigo do cArlos Dias do Ramiro da ecalma Da lousa da MENTORA amelia que 4, e do GURU padreco COM IMENSOS PECADOS O rasteiro
Grupe Ana Piteira, Ana Cardeira ,ppombeiro, Alle..gente subiu pot favores
Vanda piteira diretora da casa da cerca é para rir... como é que foi possível . A amelia enxeu a casa da cerca com gente a pensar que ia ser vereadora da casa da cerca. colocou directores da trampa onde podia. Licenciada em historia meteu se na jcp ala arranjou um taxão.
O que me incomoda são os drigentes sem licenciatura que alem de manterem as comissões de serviço, continuam a fazer parte dos júris de concursos para outros dirigentes que são escolhidos pela sua fraca bitola para que não lhes possam fazer sombra.
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