A reunião de ontem da Câmara
Municipal de Almada, a tal que era para ter sido privada e acabou sendo pública,
havendo entre a data de realização de uma (dia 20) e a de hoje (dia 25) escassos
dias de intervalo, foi bastante interessante:
Da pública e notória doença de
que padecem os vereadores executivos – sindroma da mentira compulsiva e da
demagogia pura;
Do ponto de vista da criatividade
linguística de alguns autarcas intervenientes.
Começo pela Presidente da Câmara
que demonstrou uma necessidade neurótica de afirmar repetida e insistentemente que
na CMA é tudo muito transparente, que são todos muito sérios, que os
procedimentos são sempre isentos etc. & tal.
Para a seguir referir a
justificação que a edil apresentou, não uma mas duas vezes, insistindo que
queria tudo bem explicado para que não ficassem dúvidas: «dei a outra reunião
por terminada e agendou-se esta porque entendi estarem cumpridos os
pressupostos que a ela haviam levado – de esclarecimento dos eleitos… não há
aqui qualquer cedência… há aqui sim é o princípio da transparência… a CMA não
esconde aos eleitos nem aos eleitores
seja o que for».
«Ser ou não ser uma reunião
pública não foi a Presidente que decidiu foi a Câmara. E estas questões que
parecem de alcova devem ser esclarecidas… É preciso seriedade na vida e na
política. É preciso respeito.»
Os primeiros a intervir foram os
vereadores do PS: Maria de Assis e António Mendes. A primeira leu a carta que o
PS enviara à Presidente da CMA no dia 20 justificando a sua não presença na
reunião e o segundo explicou as razões da posição do seu partido fundamentando
o sentido de voto favorável às propostas em análise, apesar da crítica aos
procedimentos da autarquia (que considerou muito pouco transparentes e até
deliberadamente enganosos no que concerne às informações acerca do decorrer das
obras na Rua Cândido dos Reis em Cacilhas).
E fez questão de frisar que: «Não
basta, por isso, resolver o problema da obra, é preciso criar um mecanismo de
compensação para o comércio local de Cacilhas, em particular para a
restauração, sob pena de, uma vez terminada a obra, termos uma rua falida.»
Seguiram-se os vereadores do PSD
para quem o período entre a reunião não pública (dia 20) e a pública (dia 25)
terá sido uma demora inqualificável, quase como se fossem seis meses e não seis
dias. Para rematarem que: «nós fomos os únicos coerentes, que não embarcámos em
questões marginais.»
E centraram as intervenções no
ataque ao PS acabando por dizer que: «esperamos que tudo isto não seja apenas
para tornar pública a intervenção que acabámos de ouvir.»
Quanto ao Bloco de Esquerda
ficámos a saber que não esteve na primeira reunião de trabalho e no dia 20
resolveu sair por o PS não estar presente e precisar entender o que se passava
(?).
Amélia Pardal (vereadora com o
pelouro do urbanismo) resolveu assumir uma posição de pedantismo – não trata
com substitutos de vereadores (e, por isso, apesar de ter tido conhecimento
antecipado da decisão do PS de não ir à reunião privada, foi como se o não
soubesse já que não fora contactada por nenhum dos vereadores titulares mas por
um mero substituto ocasional - que só ontem assumira funções efetivas por
suspensão do mandato de outros dois) – mas, depois, termina com um discurso
popular: «na CMA tudo é público meus amigos!»
E, tal como aconteceu em Dezembro último, mostrou os seus dotes de mentirosa compulsiva e deu sinais preocupantes
de sofrer de graves problemas de memória ao afirmar, com todo o descaramento,
que em Novembro de 2011 comunicara aos moradores da Rua Cândido dos Reis que,
perante os problemas que se avizinhavam, temia que as obras fossem parar... quando, afinal, no início de Dezembro, numa reunião pública, estava a afirmar
precisamente o contrário e a garantir à população que as obras estariam
terminadas até final do ano.
O vereador José Gonçalves tomou-se
de ares filosóficos e transformou a atitude do PS num caso de falta de ética
política que muito o preocupava. Mas, coitado, esqueceu-se dos muitos erros e
omissões que, a esse nível, o seu partido tem vindo a cometer na gestão da
autarquia desrespeitando aquilo que são direitos fundamentais como o direito à
informação cujo acesso é permanentemente negado.
Mas o líder das frases inspiradas
foi o vereador António Matos: «o PS pegou em questões marginais e em vez de
discutir o assunto numa sala de porta aberta preferiu vir discutir para a
varanda» … tratou-se de um «exercício ardiloso de pirotecnia política».
E para concluir, fiquei sabendo
que, afinal, pelo menos desta reunião – ALELUIA – ia haver uma minuta da ata
assinada na hora. E haveria uma ata pois que a senhora Presidente anunciou que
os vereadores poderiam juntar as suas intervenções escritas. Todavia, quer-me
cá parecer que será uma ata incompleta pois que não sendo as sessões gravadas
todas as intervenções de improviso (quase todas – só o PS levou o discurso
escrito como declaração de voto) é como se não tivessem existido…
convenientemente. Assim ninguém pode provar o que foi dito e a amnésia é a cura
para quem não tem palavra.
7 comentários:
Tosca: mal do governo de direita nunca dizes... do tal que nos rouba a sério e não nos teus sonhos de doida varrida e de frustrada deficiente
Esteve mesmo na reunião de câmara?eu estive lá e ouvi outras coisas. A senhora se mordesse a língua morria,tal e o veneno que destila! Trate-se! Não sou da cdu mas acho que a senhora não ouve ou não quer ouvir o que as pessoas dizem, ouve o que quer ouvir! Os vereadores são todos maus, mentirosos, vigaristas, etc? Só os do ps e que se portaram bem? Tenha juízo!
Os dois anónimos acima devem ser daqueles que fazem parte da "alcova" de que a Maria Emília fala... por isso têm de vir com este discurso pirotécnico. ahahaah
E embora eu não tenha tido o privilégio de assistir ao circo (perdão: à reunião) não duvido do retrato aqui pintado pois o espetáculo tem sempre a mesma agenda e noutras sessões, talvez com menos inspiração verbal, o enredo é idêntico e as reações dos intervenientes são exatamente as mesmas...
Aliás, são demasiado previsíveis para que possamos imaginar a Maria Emília, por exemplo, a olhar com desdém e a revirar os olhos com enfado enquanto os vereadores do PS falam, num desrespeito ordinário, ou a apresentar um ar de mãezinha quando se dirige à vereadora do Bloco de Esquerda.
Mas é como a Minda diz:
Como nada fica registado em ata... agora podem dizer o que quiserem.
E juízo? tenha mas é a CDU que continua a tratar a população como um bando de ignorantes mas "olhem que não, olhem que não!"... já há muita gente de olhos bem abertos, ai se há.
A pirotecnia tem muito que se lhe diga. O vereador sabe quanto custa e quanto paga a nível de fogo de artifício, estão a perceber esta dicotomia?
Dra.Ermelinda e Almadenses que lutam pela implantação não da republica mas sim da democracia em Almada, por favor não desistam.
Dra. não ligue às más línguas, pois "os cães ladram e a caravana passa", e de peões de brega não reza a história.
Remédio santo quando falo.
É por morar na rua da sra.Emília.
Não, não é por morares na rua da sra. É mesmo por seres parvo ...
Quem não sabe falar, protesta assim...
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