quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

«Um exercício ardiloso de pirotecnia política»



A reunião de ontem da Câmara Municipal de Almada, a tal que era para ter sido privada e acabou sendo pública, havendo entre a data de realização de uma (dia 20) e a de hoje (dia 25) escassos dias de intervalo, foi bastante interessante:
Da pública e notória doença de que padecem os vereadores executivos – sindroma da mentira compulsiva e da demagogia pura;
Do ponto de vista da criatividade linguística de alguns autarcas intervenientes.

Começo pela Presidente da Câmara que demonstrou uma necessidade neurótica de afirmar repetida e insistentemente que na CMA é tudo muito transparente, que são todos muito sérios, que os procedimentos são sempre isentos etc. & tal.
Para a seguir referir a justificação que a edil apresentou, não uma mas duas vezes, insistindo que queria tudo bem explicado para que não ficassem dúvidas: «dei a outra reunião por terminada e agendou-se esta porque entendi estarem cumpridos os pressupostos que a ela haviam levado – de esclarecimento dos eleitos… não há aqui qualquer cedência… há aqui sim é o princípio da transparência… a CMA não esconde aos eleitos  nem aos eleitores seja o que for».
«Ser ou não ser uma reunião pública não foi a Presidente que decidiu foi a Câmara. E estas questões que parecem de alcova devem ser esclarecidas… É preciso seriedade na vida e na política. É preciso respeito.»

Os primeiros a intervir foram os vereadores do PS: Maria de Assis e António Mendes. A primeira leu a carta que o PS enviara à Presidente da CMA no dia 20 justificando a sua não presença na reunião e o segundo explicou as razões da posição do seu partido fundamentando o sentido de voto favorável às propostas em análise, apesar da crítica aos procedimentos da autarquia (que considerou muito pouco transparentes e até deliberadamente enganosos no que concerne às informações acerca do decorrer das obras na Rua Cândido dos Reis em Cacilhas).
E fez questão de frisar que: «Não basta, por isso, resolver o problema da obra, é preciso criar um mecanismo de compensação para o comércio local de Cacilhas, em particular para a restauração, sob pena de, uma vez terminada a obra, termos uma rua falida.»

Seguiram-se os vereadores do PSD para quem o período entre a reunião não pública (dia 20) e a pública (dia 25) terá sido uma demora inqualificável, quase como se fossem seis meses e não seis dias. Para rematarem que: «nós fomos os únicos coerentes, que não embarcámos em questões marginais.»
E centraram as intervenções no ataque ao PS acabando por dizer que: «esperamos que tudo isto não seja apenas para tornar pública a intervenção que acabámos de ouvir.»

Quanto ao Bloco de Esquerda ficámos a saber que não esteve na primeira reunião de trabalho e no dia 20 resolveu sair por o PS não estar presente e precisar entender o que se passava (?).

Amélia Pardal (vereadora com o pelouro do urbanismo) resolveu assumir uma posição de pedantismo – não trata com substitutos de vereadores (e, por isso, apesar de ter tido conhecimento antecipado da decisão do PS de não ir à reunião privada, foi como se o não soubesse já que não fora contactada por nenhum dos vereadores titulares mas por um mero substituto ocasional - que só ontem assumira funções efetivas por suspensão do mandato de outros dois) – mas, depois, termina com um discurso popular: «na CMA tudo é público meus amigos!»
E, tal como aconteceu em Dezembro último, mostrou os seus dotes de mentirosa compulsiva e deu sinais preocupantes de sofrer de graves problemas de memória ao afirmar, com todo o descaramento, que em Novembro de 2011 comunicara aos moradores da Rua Cândido dos Reis que, perante os problemas que se avizinhavam, temia que as obras fossem parar... quando, afinal, no início de Dezembro, numa reunião pública, estava a afirmar precisamente o contrário e a garantir à população que as obras estariam terminadas até final do ano.

O vereador José Gonçalves tomou-se de ares filosóficos e transformou a atitude do PS num caso de falta de ética política que muito o preocupava. Mas, coitado, esqueceu-se dos muitos erros e omissões que, a esse nível, o seu partido tem vindo a cometer na gestão da autarquia desrespeitando aquilo que são direitos fundamentais como o direito à informação cujo acesso é permanentemente negado.

Mas o líder das frases inspiradas foi o vereador António Matos: «o PS pegou em questões marginais e em vez de discutir o assunto numa sala de porta aberta preferiu vir discutir para a varanda» … tratou-se de um «exercício ardiloso de pirotecnia política».

E para concluir, fiquei sabendo que, afinal, pelo menos desta reunião – ALELUIA – ia haver uma minuta da ata assinada na hora. E haveria uma ata pois que a senhora Presidente anunciou que os vereadores poderiam juntar as suas intervenções escritas. Todavia, quer-me cá parecer que será uma ata incompleta pois que não sendo as sessões gravadas todas as intervenções de improviso (quase todas – só o PS levou o discurso escrito como declaração de voto) é como se não tivessem existido… convenientemente. Assim ninguém pode provar o que foi dito e a amnésia é a cura para quem não tem palavra.

7 comentários:

Anónimo disse...

Tosca: mal do governo de direita nunca dizes... do tal que nos rouba a sério e não nos teus sonhos de doida varrida e de frustrada deficiente

Anónimo disse...

Esteve mesmo na reunião de câmara?eu estive lá e ouvi outras coisas. A senhora se mordesse a língua morria,tal e o veneno que destila! Trate-se! Não sou da cdu mas acho que a senhora não ouve ou não quer ouvir o que as pessoas dizem, ouve o que quer ouvir! Os vereadores são todos maus, mentirosos, vigaristas, etc? Só os do ps e que se portaram bem? Tenha juízo!

Antunes Vidal disse...

Os dois anónimos acima devem ser daqueles que fazem parte da "alcova" de que a Maria Emília fala... por isso têm de vir com este discurso pirotécnico. ahahaah
E embora eu não tenha tido o privilégio de assistir ao circo (perdão: à reunião) não duvido do retrato aqui pintado pois o espetáculo tem sempre a mesma agenda e noutras sessões, talvez com menos inspiração verbal, o enredo é idêntico e as reações dos intervenientes são exatamente as mesmas...
Aliás, são demasiado previsíveis para que possamos imaginar a Maria Emília, por exemplo, a olhar com desdém e a revirar os olhos com enfado enquanto os vereadores do PS falam, num desrespeito ordinário, ou a apresentar um ar de mãezinha quando se dirige à vereadora do Bloco de Esquerda.
Mas é como a Minda diz:
Como nada fica registado em ata... agora podem dizer o que quiserem.
E juízo? tenha mas é a CDU que continua a tratar a população como um bando de ignorantes mas "olhem que não, olhem que não!"... já há muita gente de olhos bem abertos, ai se há.

Morador da Mendo de Seabra disse...

A pirotecnia tem muito que se lhe diga. O vereador sabe quanto custa e quanto paga a nível de fogo de artifício, estão a perceber esta dicotomia?
Dra.Ermelinda e Almadenses que lutam pela implantação não da republica mas sim da democracia em Almada, por favor não desistam.
Dra. não ligue às más línguas, pois "os cães ladram e a caravana passa", e de peões de brega não reza a história.

Morador da Mendo de Seabra disse...

Remédio santo quando falo.
É por morar na rua da sra.Emília.

Anónimo disse...

Não, não é por morares na rua da sra. É mesmo por seres parvo ...

Morador da Mendo de Seabra disse...

Quem não sabe falar, protesta assim...

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