Estou a começar a explorar os
caminhos de um género musical que mal conhecia. Por conselho de um amigo,
amante desta expressão maior da criatividade humana, neste último sábado dei o
primeiro passo na audição de uma peça inteira de ópera.
E sabendo do meu gosto pelas
sonoridades árabes, heis que fui brindada com a ligação para o vídeo da ópera KALÎLA
WA DIMNA que embora quase toda cantada em árabe está legendada em francês,
língua em que os cantores também se expressam nalgumas partes faladas.
Integrada no Festival de Aix, um acontecimento
cultural de grande relevo e importância mundiais que acontece na cidade Aix-en-Provence, no sul de
França, nas proximidades de Marselha.
Procuro e não consigo,
sinceramente, encontrar palavras que expliquem a emoção que foi ouvir aquelas
vozes… mas, também, sentir o som dos instrumentos tocando-me a pele ao ponto
de, em resultado da conjugação de ambos, me arrepiar e ter de fechar
os olhos para "saborear" a plenitude das emoções sentidas.
Sei que parece um contra-senso
pois a ópera é, também, teatro e da representação fazem parte as expressões dos
cantores/atores que eu deixava de ver ao fechar os olhos. Mas este gesto faz-me
apurar o sentido do ouvido e duplica o prazer da sonoridade dos instrumentos e
da própria voz.
Querem crer? Chorei! Admito-o sem vergonha. Talvez seja
fascínio de principiante… É, com certeza, o resultado de um qualquer fenómeno
que não sei explicar (e pouco me interessa descobrir os fundamentos científicos
que, decerto, sustentarão tal reação)… como mera ouvinte, sinto a música com a
emoção e deixo a razão para os especialistas.
E no domingo lá tive de repetir a
audição de tão bela obra (que mistura de forma soberba a erudição europeia da
ópera – que estou a aprender a gostar – com o estilo mais popular dos cantares árabes
– que tanto aprecio), da autoria de Moneim
Adwan, que é em simultâneo um dos protagonistas.
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