sábado, 3 de setembro de 2016

A geração da utopia


Sempre que acabo de ler um livro de que gostei muito, sinto-me estranhamente órfã... Como se o chegar à última página fosse não apenas o fim da leitura mas o terminar definitivo de uma relação afetiva.
Por isso fico triste... como aconteceu quando acabei "A oficina dos livros proibidos", de Eduardo Roca.
Precisava, com urgência, de me consolar com nova leitura...
E escolhi “A geração da utopia” de Pepetela. Não me arrependi. Muito pelo contrário.
Alguma vez sentiram aquela sensação de "paixão literária" que começa logo na primeira página de um livro e se vai adensando a cada passagem à folha seguinte? Senti isso, por exemplo, com todos os livros que já li do Agualusa (só para referir os mais recentes) e, agora, também, com este livro do Pepetela que acabou sendo uma espécie de lição de história sobre a sociedade angolana no antes, durante e pós independência do país.
Mas sinto-a amiúde com muitos outros livros que já li… confesso mesmo que sou uma permanente apaixonada, tantas são as vezes que me deixo embalar por este sentimento tão intenso e absorvente.

Que maior prazer pode haver que o da leitura?

Mas voltando ao livro do Pepetela... Se o primeiro capítulo me deixou logo apaixonada, ao terceiro fiquei completamente rendida. Confesso que a linguagem hermética da segunda parte, passada em exclusivo no ambiente de guerrilha, não me cativou... mas ainda assim não consegui deixar de ler compulsivamente cada página, sempre na ânsia de querer saber mais.
Faltavam-me ainda ler cerca de duas dezenas de páginas e já estava com tantas saudades deste livro... E, por isso, tal como também aconteceu com o Agualusa, lá tive de ir comprar mais um livro do Pepetela, porque ficar apenas por um é pouco, muito pouco: a seguir será "Se o passado não tivesse asas" (e, provavelmente, não irei ficar por aqui).

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