domingo, 16 de maio de 2010

Sons íntimos


Ontem fui assistir a um concerto de Jorge Palma. “Sons Íntimos”, no Cinema S. Jorge. Gostei da proximidade entre o músico e o seu público. Gostei, também, da empatia que Jorge Palma conseguiu criar com a plateia. Gostei, ainda, de o ver tão à vontade, na companhia do filho Vicente (piano, guitarra e voz) e com o amigo Gabriel Gomes (acordeão). Gostei do ambiente da sala, da distância esbatida no jogo de luzes e nevoeiro.

Mas o que eu AAAADDDDOOOORRRREEEEEEEIIIIIII mesmo foi, de facto, ouvir as canções de Jorge Palma, um músico extraordinário (exímio pianista e óptimo guitarrista) e um excelente poeta (aquelas letras são histórias de vida fantásticas).


Jorge Palma é, para mim (palmaníaca assumida), um dos melhores músicos portugueses de sempre. A conjugação da música e das letras que concebe são obras fantásticas, com conteúdo e uma mensagem evidente, seja de revolta, de tristeza, de solidão, de amor ou até política.

Jorge Palma tem um dom único: tudo o que sente transforma-se em palavras (poemas) e sons (músicas) que nos dá o prazer de partilhar connosco fazendo-nos sentir uns privilegiados por o estar a escutar.

Ontem tivemos uma revisitação dos seus temas, dos mais antigos aos mais recentes, com uma nova roupagem e, pelo meio, sobretudo quando estava ao piano, divagações estilísticas que deixaram todos os presentes encantados. (Se alguns dos presentes duvidava dos dotes de pianista de Jorge Palma ali dissipou todas as dúvidas)

Na plateia, composta por muitos cotas como eu (alguns até mais velhos), surpreendeu-me a quantidade (a maioria mesmo) de jovens que ali estavam, entusiasticamente, ouvindo aquele que se sentia ser um dos seus ídolos. Em surdina uns, outros de forma mais efusiva, era vê-los acompanhar as letras das canções com emoção… sinceramente, fiquei emocionada.



Jorge Palma demorou a ser reconhecido mas, finalmente, parece que está a conseguir. Mesmo assim, face ao tamanho do seu valor, este reconhecimento é insuficiente.

E, já agora, queria dizer que Vicente Palma me parece, também, um jovem com muito talento (“filho de peixe sabe nadar” e “quem saí aos seus não degenera”, são dois ditados que se lhe aplicam na perfeição).

E para despedida, deixo-vos o “Portugal, Portugal” (Acto Contínuo, de 1982), cantado em 2007, ao vivo, na Estação do Metro do Cais do Sodré:

Ai, Portugal, Portugal
De que é que tu estás à espera?
Tens um pé numa galera
E outro no fundo do mar
Ai, Portugal, Portugal
Enquanto ficares à espera
Ninguém te pode ajudar…





Se gosta de Jorge Palma, não pode deixar de ir até aqui:
http://www.myspace.com/vicentepalma
http://www.myspace.com/jorgepalmaoficial
http://bloguepalmaniaco.blogspot.com/

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