quarta-feira, 11 de julho de 2012

Também quero as minhas equivalências já!



Partindo das notícias que saíram ontem na imprensa (Correio da Manhã, Diário de Notícias e Público, entre outros jornais diários), e depois de ver como foi avaliado o currículo de Miguel Relvas, estou a ponderar seriamente solicitar a análise do meu currículo profissional para que certifiquem as competências entretanto adquiridas. Em respeito do princípio da igualdade (protegido pela Constituição da República) espero que o Conselho Científico da faculdade a quem venha a recorrer utilize os mesmos métodos de avaliação que aplicaram àquele governante.

Ser Presidente da Assembleia Geral de uma associação cultural é uma tarefa que, além de ocupar um tempo residual ao titular do cargo (normalmente são, apenas, uma a duas reuniões anuais) não exige o desempenho de quaisquer atividades específicas que, de per si, possam justificar a equivalência de competências. Para lá da direção esporádica do órgão colegial no dia das sessões e, eventualmente, a representação ocasional da associação em atos públicos, presidir à Assembleia Geral de uma associação ou coletividade é uma experiência que não confere capacidades especiais a ninguém.

E como eu também já fui durante quatro anos Presidente da Assembleia Geral de uma associação cultural da qual fora antes Vice-Presidente da Direção e onde desempenho, no mandato atual (2011-2013), as funções de Secretária, pertencendo, ainda, à Direção de uma outra há três mandatos sucessivos (igualmente como Secretária), já para não falar da coordenação cultural de uma outra desde 2006, faço votos para que ponderem devidamente essas ocorrências e me sejam atribuídos os créditos devidos.

Contudo, como ao contrário do senhor Ministro já possuo uma licenciatura (Geografia e Planeamento Regional, de quatro anos bem esforçados) concluída com média final de 15 valores, e uma pós-graduação (Gestão Autárquica Avançada) onde obtive Muito Bom (18 valores), havendo ainda que juntar a conclusão de quatro disciplinas (média de 12 valores) e dois seminários (média de 13 valores) de um mestrado (Planeamento Regional e Urbano), é da mais elementar justiça que me atribuam, no mínimo, o grau de Mestre.

É que, além de várias dezenas de cursos e ações de formação diversificada na área da administração pública autárquica que frequentei ao longo dos 25 anos de carreira como funcionária pública (17 como técnica superior e 8 como dirigente, tendo recebido duas “menções de mérito excecional” do órgão deliberativo onde exerço funções desde 1987) e, ainda, do desempenho como autarca de freguesia (6 anos) e deputada municipal (1 ano), coordenadora de uma comissão nacional de trabalhadores desde 2000 e seis anos como delegada sindical, acho que é de ponderar até uma possível atribuição do grau de Doutor.

Isto quanto à parte letiva. Já não peço que me dispensem de apresentar o projeto de tese pois que, nesta data, até estou a preparar um trabalho de investigação que poderá servir os objetivos pretendidos. Podem, isso sim, deixar uns créditos suplementares para garantir a aprovação final.

É certo que nunca desempenhei funções no Governo, não pertenço à Maçonaria, nem exerci cargos de gestão em empresas privadas (apesar de ter trabalhado num consultório médico como rececionista, numa papelaria e numa escola de música como empregada de balcão e como professora de Geografia num externato particular), mas também fui militante partidária muitos anos (mais de três décadas, embora nunca tenha sido no PSD), paguei sempre as propinas, nunca faltei às aulas (apesar de ser trabalhadora estudante), realizei todas as frequências presencialmente e dispensei sempre de ir a exame, mesmo no ensino secundário onde também obtive médias bastante razoáveis: 16 (no curso complementar de secretariado e relações públicas), 15 (no curso liceal) e 14 (no 12.º ano).

Estão, assim, satisfeitas todas as condições para a certificação de competências e a obtenção do correspondente título académico.

Para terminar, espero vir ainda a obter igual desconto no que se refere aos encargos financeiros do processo pois que com esta austeridade dá muito jeito. Além do mais espero que pesem de forma adequada o facto de, no que se refere à prova das habilitações e/ou experiência profissional não haver no meu currículo lapsos convenientes e tudo o que afirmo estar devidamente documentado.

Há apenas dois senão. Não tenho cartas de recomendação nem conheço nenhum professor universitário que possa assinar o parecer...

1 comentário:

Anónimo disse...

A Emília pode dar uma ajuda porque a topa quando faz parte de uma mesa num debate onde estão licenciados apresenta na mesa ficha com Dr.

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