sábado, 2 de julho de 2011

O dilema de uma esquerda não assumida!



O meu contributo, publicado no Esquerda.Net:




UM BLOCO DE ESQUERDA BEM OU MAL COMPORTADO?

A partir do texto “O comentário único”, de Álvaro Arranja, publicado no Esquerda.Net apresento algumas considerações sobre o seu conteúdo e aproveito para dissertar sobre as razões do meu descontentamento relativamente ao rumo que, de 2009 em diante, uns quantos dirigentes escolheram para o BE (a nível nacional e local).

Passo, então, a expor o meu contributo para a reflexão que, no rescaldo das eleições legislativas de 2011, agora se inicia.

Entre a mentira que se repete e a verdade que se esconde



Reduzir a vastíssima panóplia de comentários que se têm vindo a fazer sobre a actuação do BE nos últimos tempos (do inusitado caso Sá Fernandes, passando pelo fiasco das presidenciais, à questionável oportunidade da moção de censura, à recusa em reunir com a troika – FMI, UE, BCE, à derrota nas legislativas, aos episódios com Daniel Oliveira e Rui Tavares, etc.) a um padrão único de chantagem organizada pela direita é, na minha opinião, fazer uma leitura surreal dos acontecimentos.
Enquanto opinião individual não terá grande importância, mas se aquela for a expressão do pensamento de um colectivo, podemos estar perante o reflexo condicionado de um partido que se recusa a perceber que errou (embora publicamente diga o contrário) e prefere desvalorizar as críticas de que é alvo para escapar à reflexão sobre as causas efectivas que levaram ao afastamento de cerca de 50% do seu eleitorado no curto espaço de dois anos.
Assim, transformar o BE em vítima e apostar na tese da cabala, orquestrada por escusos desígnios de comentadores a soldo do capital, metendo no mesmo saco os vários tipos de críticas, é o caminho mais fácil para evitar a tão necessária reflexão interna, inquinando à partida os pressupostos de análise.
De facto, repetir insistentemente que os fundamentos para a estrondosa derrota do BE nas legislativas de 2011 são os outros, e que o problema tem, exclusivamente, uma origem externa, é mera sobranceria política.
Adoptar uma postura tipo: «fizemos tudo bem, estamos no caminho certo, os outros é que são uns “vendidos”», cerrando fileiras em torno dos responsáveis pelas opções que levaram à situação actual, como se não tivessem sido cometidos vários, e graves, erros de estratégia política, consequência directa de uma organização cada vez mais centralizadora – onde a decisão está numa “cúpula pensante” cabendo às bases o papel de obedientes e ordeiros(as) tarefeiros(as) da logística eleitoral – é, simplesmente, menosprezar a capacidade de cada um de nós (aderentes e simpatizantes) percepcionar o que se está a passar no BE e um forte indício de que o suposto diálogo que possa haver não vai conseguir influenciar aquela que já foi considerada pela “elite política” como “a Verdade”.






O texto completo pode ser lido AQUI.

1 comentário:

Anónimo disse...

O BE nunca se assumiu como uma verdadeira alternativa de esquerda situada entre o PCP e o PS. Aliás, aproxima-se bastante na forma de estar do PCP,ou seja, um partido de oposição. Como o disco está riscado e como não tem as bases locais do PCP o mais provável é que acabe.

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