sexta-feira, 10 de abril de 2009

O Direito à Cultura

Lisboa: Feira do Livro, Junho de 2003 (imagem de Vasco Ribeiro)

Em Abril de 2004, Vasco Ribeiro escrevia assim:

«A Feira da minha perdição

A Feira do Livro! Eu bem digo a mim próprio que não posso lá ir. Desta vez, à semelhança do ano transacto, disse que ia só fotografar. Mas não resisto... tenho sempre de comprar alguns livros. Demasiados livros! Não é só o dinheiro que gasto, o peso que carrego... mas também o espaço que já não tenho! (E ainda dizem que o conhecimento não ocupa lugar!) Mas que querem? Adoro livros!
No fundo, fazem parte integrante da Cultura, que é “o alimento do espírito”. Talvez por isso eu tenha sempre fome dela. Porque, na altura em que cresci, a cultura era um luxo escasso, quando não mesmo perigoso. Antes do 25 de Abril, todas as instituições culturais, incluindo as editoras e jornais, eram consideradas inimigas do regime. Por isso existia a censura (eufemisticamente chamada de Exame Prévio), aquela coisa tenebrosa e castradora de toda a criação artística.
Ainda hoje a Cultura é um contra-poder. Basta repararmos como os governantes a consideram um desperdício e para a qual disponibilizam um mínimo de verbas. Sem nunca entenderem ou ensinarem que ela faz parte da formação de cidadãos de corpo inteiro. Ou talvez por isso mesmo.»

Ele que me perdoe por usurpar as suas palavras mas, sinceramente, nunca tinha encontrado um texto que se identificasse tão bem com o que eu sinto em relação aos livros e à Cultura. Até parece que fui eu que escrevi estas linhas.

E a fotografia que a ilustra, essa, então, contém a força que se lê nas entrelinhas... o quanto a Cultura é maior que qualquer um de nós, como nos envolve e suplanta. E como eles, os livros, podem ser a nossa rampa de ascensão...

Uma pequena crónica e uma fotografia magníficas.

8 comentários:

Dina disse...

Por vezes quando leio determinado texto penso, porque é que eu não fui capaz de expressar desta forma o que sinto?
Adoro livros.
Obrigado pela visita.
Boa Páscoa!

Ogre disse...

A minha amiga já cuidou do guarda roupa para a nova época que aí vem?
Não, então repare: http://blogue-do-ogre.blogspot.com/2009/04/formacao-do-cidadao.html
Ah pois é......
Bêjo

Minda disse...

Dina:

Já somos duas a pensar da mesma forma. E a sentir o mesmo.

Boa Páscoa.

Minda disse...

Ogre:

Já lá fui (embora não tenha comentado)...

Acho a sugestão bastante adequada para os membros do Governo, e também para os responsáveis autárquicos cá do burgo.

E porquê? Não para esconderem a vergonha que não têm mas porque assim já não eramos obrigados a vê-los.

Bjs

Isabel Moreira Rego disse...

Arrumadinho? Oh! Eu Não diria tanto!? Só se forem as prateleiras? Essas parecem-me muito arrumadas, mas e o resto? As ruas são da CIDADE DE ALMADA? Não acredito! Então, Paulo Cardoso, na entrevista que dá ao "Jornal da Região de Almada" tem razão quando diz: "Almada precisa de um presidente que valorize o que há de bom". Eu confundi a frase do politico, pensei se ele estaria a valorizar as crianças mais pobres da cidade de Almada. Sei lá... para lhes dar rebuçados!!! A nossa presidente que não se cuide.Ela não dá rebuçados aos miúdes, mas há quem queira dar. Do melhor venha o diabo e escolha.
Acabada esta escrita, eu ainda nem acredito no que vejo nestas fotos. São mesmo de Almada: Passada, prente ou futura? Deus nos valha!!!
Isa, amiga do bem estar dos outros... isto é demais para mim. Ao o meu coração!!!

Minda disse...

Isa:

Parece-me que este comentário é dois em um, hem? Refere-se a este artigo e ao anterior não é? Está algo confuso... até o nome do candidatos a que se refere, presumo.

As ruas do artigo anterior são mesmo de Almada sim, na freguesia da Trafaria (como lá refiro) e não do passado, mas de um triste presente.

Boa Páscoa!

Anónimo disse...

Continuem a votar na CDU de ALmada dos grandes oportunistas e novos ricos que destruiram a cidade de Almada. Vamos todos votar excepto nesta coligação que referi.

Minda disse...

Anónimo:

Não gosto muito de anónimos, confesso (não sei como os tratar... anónimo é tão... impessoal).

Mas este é um espaço de liberdade e todos são bem-vindos.

Embora o comentário nada tenha a ver com o artigo, não posso deixar de izer que, obviamente, eu não vou votar nesta coligação.

Boa Páscoa!

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