segunda-feira, 27 de outubro de 2008

O Arquipélago da Insónia




Chamem-lhe o que quiserem... operação de charme, publicidade, divulgação oportuna... trata-se, afinal, de uma simplérrima exposição, tão simples que melhor será charmar-lhe apenas "pequena mostra", de promoção da obra O Arquipélago da Insónia, de António Lobo Antunes.

Mas, para mim, foi bastante eficaz. Chamou-me, indiscutivelmente, a atenção para este livro que, se calhar, não fossem as frases emolduradas naquela estação do metropolitano (Baixa Chiado), nunca viria a conhecer.

É um facto que, ainda, o não li. Mas fiquei fascinada com o conteúdo daquelas palavras, muito bem escolhidas para apresentação da obra. Será, com toda a certeza, a minha próxima compra. E creio que uma óptima estreia na leitura deste escritor, a quem, confesso, nunca tive a curiosidade de conhecer... vejo, agora, que terei perdido muito.

Linda esta metáfora de "segurar Lisboa inteira na palma da mão" vista da minha terra, a Trafaria... imaginei-me logo, menina, sentada na areia da praia (esta era, então, limpa e de finos grãos), de mãos estendidas para o casario do outro lado do Tejo, fazendo cócegas nos telhados da capital, sacudindo os dedos sobre a água, segurando a linha do horizonte como se se tratasse de um fio de linho e, numa mão-cheia de sonhos, guardar Lisboa junto ao peito, como se minha para sempre fosse.

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