segunda-feira, 27 de novembro de 2006

IV Seminário do Oeste 3

Finalmente, um pequeno resumo dos conteúdos.
O primeiro dia teve três painéis («Turismo, Património e Ruralidade», «O Impacto das Novas Infra-Estruturas e Equipamentos na Ruralidade do Oeste, na Perspectiva do Património» e «Rotas, Circuitos e Redes do Oeste: Potencialidades e Constrangimentos»), todos eles muito interessantes e com oradores que souberam motivar a plateia, nomeadamente o professor Augusto Mateus (ex Ministro da Economia no Governo de António Guterres) que apresentou uma mini conferência sobre as questões de enquadramento macro económico da região no país e na Europa, salientando a competitividade estratégica do Oeste num contexto regional mais alargado.

Todavia, porque não posso escrever sobre tudo, permito-me destacar o primeiro conjunto de intervenções devido ao facto de ter sido abordado um tema que me trazia na expectativa: o das cartas culturais autárquicas, que fiquei a saber tratar-se de um instrumento proposto pelo Instituto Politécnico de Tomar, com vista à melhor gestão da informações sobre o património material e imaterial existente no território concelhio, e que assenta no desenvolvimento de um software específico, o TURIAUTA, que existe desde 2003 mas está, ainda, em fase experimental.

Pelo que me foi dado perceber, a carta cultural autárquica pretende vir a funcionar como uma plataforma de conhecimento sobre os recursos endógenos de cada concelho ao nível do património cultural, potenciando o seu uso do ponto de vista turístico, mas contribuindo também para uma nova pedagogia e educação cívica das populações no que concerne à salvaguarda e valorização da sua região.

Importantes foram também as várias experiências sobre a organização de roteiros dirigidos a públicos específicos que transmitem informações sobre a história e etnografias locais, um valor acrescido à observação paisagística e por isso designados como "circuitos do conhecimento".
No segundo dia, tivemos mais três painéis: «Arqueologia do Oeste: um Património a Preservar», «Património e Cidadania» e «Marcas Identitárias: o Património Cultural do Oeste».
Destaco o 2.º painel, embora tivesse gostado de todos, porque património e cidadania são dois marcos que considero fundamentais na construção da nossa identidade enquanto indivíduos e membros de uma comunidade. Gostei das intervenções mas o debate ficou aquém do esperado, sobretudo por ter constatado que políticos e técnicos continuam, ainda, de costas voltadas e, salvo raras excepções, persistem na utilização de linguagens diferentes porque, apesar de afirmarem o contrário, não se querem entender…

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