SMAS de Almada: entre o prometido e o executado, que "boas contas" restam afinal?

Mais uma mensagem recebida de um trabalhador do município, desta feita dos SMAS de Almada (a anterior publiquei-a no passado dia 2 de maio), cujo conteúdo subscrevo na íntegra:

«Foram publicadas as contas de 2017, as tais que a CDU anda por aí a afirmar serem excelentes.

Não vou entrar pela análise fina, até porque muito do que foi escrito é resultado dos contributos das chefias dos setores, que dissertaram a seu belo prazer sem ter de justificar nada (pode-se dizer que foi iniciada uma ação que na verdade ainda nem tem projeto concluído, ou referir a execução de algo que era para ter sido feito num mês com um custo x e foi feito em 6 meses com custo duplicado, etecetera).

Mas basta consultar o Plano e Orçamento dos SMAS aprovado pela AMA, onde está o que devia ser feito, e depois ir ao relatório de prestação de contas para ver o que foi mesmo feito e aprovado por todos, sem questionarem nada (!).

Notas breves:

A receita prevista era 25,3 M€ e a realizada foi 23,9 M€.

A despesa prevista era 22,0 M€ e a realizada foi 26,1 M€.

Pior:

O investimento previsto era 8,2 M€ e o realizado foi 4,5 M€.

O saldo do ano foi negativo em 3,2 M€, com 3,7 M€ de investimento em falta, logo se tem sido feito o que estava no compromisso o saldo anual negativo era de 6,9 M€.

Ou seja, numa receita anual de 23,9 (PIB), o saldo negativo vem com um peso de 29% (défice potencial, sem cativações), ou de 13% (défice real).

Aumento muito considerável de despesas com pessoal, cuja gestão futura é muito complicada, ao mesmo tempo que cresceu bastante o custo com serviços externos (se contratam mais pessoas deviam adquirir menos serviços externos!).

Em resumo, foi uma gestão insustentável para qualquer analista.

Não resisto a uns breves comentários da última página da introdução do Presidente José Gonçalves (pag.9 das OP).

"Iniciaremos a produção de energia na ETAR da Quinta da Bomba" - não começou!

"estabilizados os RH com os recrutamentos, ...", ou seja, não são necessários precários!

"manteremos a política de valorização das carreiras", não aconteceu nada!

"... implementaremos o Portal do Trabalhador", nada foi feito!

Bastava ler meia dúzia de páginas para fazer as perguntas que se impunham.

Em vez disso os deputados municipais andaram a ouvir os monólogos do Lourenço sobre uma realidade que só existe no mundo de fantasia.»