Realizou-se
ontem a 1.ª sessão da reunião ordinária de abril da Assembleia Municipal de
Almada.
No período
dedicado à intervenção dos cidadãos pediram a palavra quatro munícipes: Ricardo
Salomão (do jornal Notícias da
Gandaia, jornal da Costa da Caparica); José Coutinho
(da Juventude Popular de Almada); Teresa Conceição (que falou sobre direitos
dos animais) e Abílio Pereira (morador no Laranjeiro).
Sinceramente,
esperava que esta fosse uma sessão mais animada. Aguardava, expetante, que
houvesse intervenções da Comissão de Trabalhadores e da delegação sindical do
STAL. Porquê? Tendo presente o alarido efetuado durante o mês corrente em torno
do pseudomovimento “Somos Todos
51” pensei que
os seus líderes iriam aproveitar este palco para dizer de sua justiça.
Enganei-me! Parece que preferem apenas ações de rua, mediatizadas quanto baste
para causar impacto na população. Uma ida ao órgão deliberativo, mesmo com as
sessões a serem transmitidas em direto e a ficarem gravadas em vídeo, não
causarão o impacto que consideram suficiente.
Passados ao
período de “antes da ordem do dia” foram apresentados 16 documentos (dois votos
de pesar e catorze moções / recomendações / saudações):
1)
Voto de
pesar pelo falecimento de Fernando Antunes Costa
(apresentado pelo PS) – aprovado por unanimidade;
2)
Voto de
pesar pelo falecimento de Raul Fróis Rodrigues
(apresentado pela CDU) – aprovado por unanimidade;
3)
Moção pela
garantia à habitação (apresentada pelo BE) – rejeitada com os votos contra do PSD, CDS e CDU. Não houve
abstenções;
4)
Moção sobre
o dia internacional do teatro e pela defesa do festival de
teatro de Almada (apresentada pelo CDS) – aprovada por
unanimidade;
5)
Saudação a
todos os trabalhadores no 1.º de maio (apresentada pelo PS) – aprovada por unanimidade;
6)
Moção sobre
o Cristo-Rei, ex-libris da cidade de Almada (apresentada pelo PSD) – ponto
1) aprovado por maioria, com a abstenção de 2 membros da bancada do PS,
do PAN e do BE. Sem votos contra; ponto 2) aprovado por maioria,
com a abstenção de 2 membros da bancada do PS, do PAN e do BE. Sem votos contra;
ponto 3) aprovado por maioria, sem votos contra e a
abstenção do BE e 2 membros da bancada do PS;
7)
Moção sobre
a requalificação da Avenida do Mar na Costa da Caparica
(apresentada pelo PSD) – ponto 1) aprovado por maioria, sem votos
contra, e a abstenção da CDU e do PAN; pontos 2) e 3) aprovados por
unanimidade;
8)
Recomendação
pela adesão do município à tarefa social da água
(apresentada pelo PSD) – Baixou à comissão.
9)
Saudação
pela realização do “mundialito de futebol de praia” na Costa de Caparica (apresentada
pelo PS) – ponto 1) aprovado por maioria, com a abstenção
da CDU e sem votos contra; ponto 2) aprovado por maioria, com a abstenção
do PAN e os votos contra da CDU;
10) Voto de condenação da violência por parte de
Israel contra a marcha do retorno dos palestinianos (apresentada pelo
PS) – aprovado por maioria com o voto contra do CDS
e duas abstenções do PSD;
11) Saudação ao 1.º de maio dia
internacional dos trabalhadores (apresentada pela CDU) – aprovada por maioria, com um voto contra do CDS;
12) Moção sobre abril mês da prevenção dos maus-tratos
na infância (apresentada pelo PAN) – aprovada por unanimidade;
13) Recomendação sobre a esterilização de animais
de companhia (cães e gatos) apresentada pelo PAN – aprovada por unanimidade;
14) Recomendação sobre o dia internacional da
biodiversidade (apresentada pelo PAN) – aprovada por unanimidade;
15) Saudação “Almada mais Limpa” (apresentada
pelo PS) – aprovada por maioria com os votos contra do
PAN e a abstenção da CDU e do BE;
16) Moção sobre o Teatro Municipal de Almada e o apoio
do Governo (apresentada pelo PS) – pontos 1) e 3) aprovados por unanimidade;
ponto 2) aprovado por maioria com os votos contra do
PSD e a abstenção da CDU e do BE.
Estranhamente, a bancada da CDU apresentou
apenas dois documentos e, ao contrário do que costuma ser seu hábito, quase não
se manifestou sobre as opções de voto assumidas, deixando para mais tarde
fazê-lo com a apresentação de declarações por escrito a explicar a sua posição
quanto aos documentos 1), 5), 7) e 14). Cautelas por receio dos improvisos
inflamados e/ou das asneiras que têm cometido no atual mandato (lembro-me, por
exemplo, da intervenção do deputado José Lourenço sobre dados estatísticos…)?
Mas, confesso, o meu maior espanto foi não
terem aproveitado a moção sobre o 1.º de maio para trazer à liça a questão dos
trabalhadores sazonais que têm vindo a acusar o atual executivo da CMA de
colocar no desemprego por mera opção política. Afinal andaram a apoiar (diga-se
antes: a organizar já que os alegados mentores dessas atividades – a comissão
de trabalhadores da CMA e a delegação sindical do STAL – não passaram de “testas
de ferro” do PCP) essas manifestações, marcando presença nas deslocações até
aos Paços do Concelho, elaboraram comunicados e até colocaram os vereadores a
assumir uma declaração e voto fazendo uma pirueta face ao anteriormente
aprovado, e agora sobre a matéria nada dizem? Terão deixado de ser todos 51?
Finalmente, passou-se à “ordem do dia” tendo
sido aprovadas as listas (com um efetivo e um suplemente) pré combinadas entre
as bancadas (por isso havia apenas uma lista em cada caso) para os órgãos
externos à Assembleia Municipal onde é obrigatório manter presença:
Comissão Municipal de Defesa da Floresta
contra o Risco de Incêndio (Efetivo: Pedro Matias; Suplente: Teresa Coelho);
Concelho Municipal da Educação (Efetivo: José
Ricardo; Suplente: Luís Palma);
Conselho Cinegético Municipal (Efetivo: João
Antunes; Suplente: Gabriel Rosa);
Comissão Municipal de Proteção Civil (Efetivo:
Sérgio Sousa; Suplente: Ricardo Louçã);
Comissão de Acompanhamento da Revisão do Plano
Diretor Municipal (Efetivo: João Geraldes; Suplente: António Maco);
Conselho Consultivo do Observatório da Água
da Península de Setúbal (Efetivo: Carlos Revés; Suplente: Sandra Branco).
De notar que apenas foi indicada uma mulher e
somente como suplente.
E hoje há mais.
Imagem retirada DAQUI.
4 comentários:
É só para releembrar que a comissao de trabalhadores da cma cessou em novembro de 2017 por isso nao convem a cdu por-se a jeito eh. Eh
A Pardal está ali a faser o quê. Não diz nada de jeito. grande taxo que arranjou esta mulher há conta de se inscrever na jcp. ESPERTA DA CABEÇA.
Uma peça de comentário desajeitado e longe, muito longe, do que é jornalismo. Não se escreve «garantia há habitação» e, sobretudo, não se escreve uma notícia salpicando-a de comentários tendenciosos.
Caro Fernando Rebelo,
Agradeço a chamada de atenção para o erro ortográfico, o qual já se encontra corrigido.
Quanto ao resto das suas observações, lamento informá-lo mas o meu texto não pretende ser nenhuma peça jornalística. Trata-se apenas da minha opinião pessoal, que estou no direito de exprimir como entender. Se considera os comentários tendenciosos, o problema é seu. Sabe o que é a liberdade de expressão?
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