Circula nas redes sociais (em vários murais individuais e em
grupos de discussão), uma versão manipulada do cartaz da campanha de Inês de Medeiros à Câmara Municipal de Almada, em que a então candidata e hoje
Presidente da autarquia aparece com nariz de palhaço e ao slogan “#Almada pode” associaram várias
mensagens/acusações precedidas da expressão “acabar com”, sendo que no caos em apreço inseriram a frase: “o ensino gratuito da natação para crianças
do 1.º ciclo” ao que acrescentaram como legenda “Inês é que manda, criança que quer nadar tem que pagar!”
À semelhança do boato sobre os alegados “saneamentos políticos”
que entretanto teriam começado em Almada, uma atitude vil da CDU entretanto
desmascarada, este é mais um triste episódio exemplificativo da forma como
alguns partidos entendem a política em Almada: um campo de batalha onde vale
tudo para denegrir a imagem do adversário, entendido como inimigo e não como parceiro
no quadro de participação democrática.
Mais de quatro décadas no poder autárquico conferiram à CDU em
Almada uma postura de extrema arrogância ideológica que deixou traços marcantes
de soberba no comportamento da maioria dos seus autarcas, sobretudo na relação com
as outras forças políticas. Mercê da impunidade com que sempre atuaram, agora
que estão na oposição não toleram que outros mostrem os erros e fragilidades da
sua governação e optam por fazer lançar suspeitas infundadas como forma de continuar
a manter a imagem de superioridade moral que julgam ser a sua.
O facto de terem perdido a presidência da autarquia para o PS continua
por digerir tornando-se cada vez mais evidente a necessidade de criticarem o
novo executivo por tudo e por nada, até por atos que mais não são do que a consequência
da má gestão e negligência dos anteriores responsáveis autárquicos (dirigentes técnicos
e políticos).
E porque sabem bem das asneiras que fizeram, nos locais próprios
como a Câmara ou a Assembleia Municipal são incapazes de trazer à colação os
casos que nas redes sociais os seus ativistas militantes vão propagando como verdades
absolutas, embora sem uma única prova, tentando apenas desestabilizar (dividir
para reinar). Uma forma baixa de fazer política, mas que parece estar a ser tão
do agrado da CDU.
Pegando neste caso das aulas de natação para os alunos do 1.º
ciclo do ensino básico, há uma série de perguntas que, obviamente, a CDU não responde,
mas se fossem sérios nos objetivos que prosseguem deviam esclarecer:
Desde quando o ensino da natação era gratuito? Qual era o projeto
municipal onde se enquadrava? Em que equipamentos municipais eram ministradas
as aulas?
Todas as crianças estavam abrangidas ou só algumas? Quais eram os
requisitos de admissão? Quem eram os professores? Durante quanto tempo usufruíam
desta benesse?
É que, apesar de não ter feito uma pesquisa profunda admito-o, não
consigo encontrar quaisquer referências ao assunto nos planos e relatórios do
município...
Seriam aulas fantasma? Se eram uma realidade, alguém sabe
dizer-me: custos do projeto em termos globais e por criança? quantas crianças
eram abrangidas? qual a situação económica dos respetivos agregados familiares?
E já agora, para criticar era preciso transformar a questão num
circo? Se é verdade o que afirmam, porque não apresentam documentos
comprovativos, dados estatísticos, sei lá… qualquer coisa que mostre que o
projeto existia e que agora deixou de existir.
Acaso tratar-se-á de um negócio ao estilo daquele que a autarquia
mantinha com a “Óptimo
Pretexto”, com contratos de milhões não registados na Base.gov? Talvez um procedimento que se atrasou por má programação do anterior executivo tendo o atual ficado com a "batata quente" para resolver... nada que a CDU não se importasse de agilizar com uma "ilegalidadezita", mas que outros não aceitam fazer.
Ou trata-se da expressão surrealista de um desejo não realizado pela
CDU projetado em incumprimento no PS?
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