segunda-feira, 11 de julho de 2016

Integração no Ensino Superior: a democracia faz-se de alternativas

Imagem, tirada DAQUI

Fui estudante universitária entre 1983 e 1987. Sempre fui contra as praxes, nunca praxei nem fui praxada. Considero que, com raríssimas exceções, as praxes académicas que tenho conhecido, seja através da comunicação social ou do testemunho de familiares e amigos, são atos de extrema violência física e psicológica, muitas vezes configurando verdadeiros crimes. Não entendo como é possível haver quem se sujeite passivamente a este tipo de humilhações nem tão pouco compreendo como pode alguém achar que é através de ocorrências destas que se integra seja quem for na vida académica.
Por isso subscrevi a carta aberta citada em epígrafe e cuja parte final a seguir transcrevo:
«Sendo certo que nenhum estudante é formal ou legalmente obrigado a frequentar as atividades de praxe, seja em que faculdade ou escola superior for, a pressão para aderir é muitas vezes muito forte e em si mesma uma violência, e a ausência de outros mecanismos integradores é um facto. Em democracia, deve haver sempre lugar à escolha, mas só é possível escolher se houver opção, ou seja, alternativas consistentes.
Assim, instamos todas as equipas dirigentes das Universidades, Politécnicos, faculdades e escolas superiores a criar, com caráter duradouro, atividades de receção e de integração dos novos estudantes e das novas estudantes, ao longo do ano letivo, que configurem uma alternativa lúdica e formativa às iniciativas promovidas pelos grupos e organizações de praxe.
Apelamos também a que as mesmas instituições informem atempada e eficazmente os novos alunos e as novas alunas, por exemplo através do envio de um email ou entregando, no ato da matrícula, um esclarecimento nesse sentido, de que as atividades de praxe não constituem qualquer espécie de obrigação e que não podem ser prejudicadas de nenhuma forma ou ameaçados de qualquer maneira por recusarem participar, devendo ser fornecido um contacto para o qual possam ser endereçadas queixas
O texto integral pode ser lido AQUI.


Das notícias divulgadas na página em causa, destaco estas duas:

Deputado bloquista defende uma alternativa à praxe académica (Luís Monteiro foi quem “teve a iniciativa de escrever uma carta aberta, subscrita por 100 personalidades dos mais variados sectores da sociedade portuguesa, que pede aos dirigentes das instituições do ensino superior que criem uma alternativa à praxe.”)

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