Imagem, tirada DAQUI
Fui estudante universitária entre
1983 e 1987. Sempre fui contra as praxes, nunca praxei nem fui praxada.
Considero que, com raríssimas exceções, as praxes académicas que tenho
conhecido, seja através da comunicação social ou do testemunho de familiares e amigos,
são atos de extrema violência física e psicológica, muitas vezes configurando
verdadeiros crimes. Não entendo como é possível haver quem se sujeite
passivamente a este tipo de humilhações nem tão pouco compreendo como pode
alguém achar que é através de ocorrências destas que se integra seja quem for
na vida académica.
Por isso subscrevi a carta aberta
citada em epígrafe e cuja parte final a seguir transcrevo:
«Sendo certo que nenhum estudante é formal ou legalmente obrigado a
frequentar as atividades de praxe, seja em que faculdade ou escola superior
for, a pressão para aderir é muitas vezes muito forte e em si mesma uma
violência, e a ausência de outros mecanismos integradores é um facto. Em
democracia, deve haver sempre lugar à escolha, mas só é possível escolher se
houver opção, ou seja, alternativas consistentes.
Assim, instamos todas as equipas
dirigentes das Universidades, Politécnicos, faculdades e escolas superiores a
criar, com caráter duradouro, atividades de receção e de integração dos novos
estudantes e das novas estudantes, ao longo do ano letivo, que configurem uma
alternativa lúdica e formativa às iniciativas promovidas pelos grupos e
organizações de praxe.
Apelamos também a que as mesmas
instituições informem atempada e eficazmente os novos alunos e as novas alunas,
por exemplo através do envio de um email ou entregando, no ato da matrícula, um
esclarecimento nesse sentido, de que as atividades de praxe não constituem
qualquer espécie de obrigação e que não podem ser prejudicadas de nenhuma forma
ou ameaçados de qualquer maneira por recusarem participar, devendo ser
fornecido um contacto para o qual possam ser endereçadas queixas.»
O texto integral pode
ser lido AQUI.
Das notícias divulgadas na página em causa, destaco estas
duas:
Deputado
bloquista defende uma alternativa à praxe académica (Luís Monteiro foi quem
“teve a iniciativa de escrever uma carta aberta, subscrita por 100
personalidades dos mais variados sectores da sociedade portuguesa, que pede aos
dirigentes das instituições do ensino superior que criem uma alternativa à
praxe.”)
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