sábado, 31 de maio de 2014

O maior inimigo de Costa? Não está no partido… está nele mesmo!


Permita-me a Clara Ferreira Alves que lhe dirija algumas palavras a propósito da sua coluna “Pluma Caprichosa” de hoje: “Ou Costa ou Nada” (Expresso, 31-05-2014).
Apenas para lhe explicar (embora presuma que de mim nada quer – não passo de uma anónima funcionária pública –, sobretudo explicações que contrariam a sua douta opinião) que, sobre António Costa, nem tudo o que parece é.
E, sobretudo, para lhe dizer que há “ataques” (denúncias melhor dizendo) que mostram a “face oculta” deste senhor (para si, “autarca modelo”), que não vêm do “caixote de lixo” e muito menos começaram “a partir do momento em que declarou a sua candidatura à liderança” do PS.
Falo por mim, Ermelinda Toscano, trabalhadora da Assembleia Distrital de Lisboa (www.ad-lisboa.pt), há sete meses consecutivos sem receber vencimento por culpa exclusiva do Dr. António Costa que, por mero capricho político pessoal, à margem da lei e dos órgãos autárquicos do município, resolveu proibir que a autarquia por si liderada pagasse as contribuições a que está legalmente obrigada, nos termos e para os efeitos do disposto no artigo 14.º do Decreto-Lei n.º 5/91, de 8 de janeiro.
Com essa atitude ilícita e inconstitucional o Dr. António Costa levou a ADL à falência (uma entidade da Administração Pública, constitucionalmente prevista, um órgão político que pode ser contestado enquanto tal mas cujos Serviços de Cultura não merecem ser achincalhados e os funcionários humilhados como tem vindo a acontecer) e teve o desplante, pela voz do Secretário-geral da CML de nos comunicar, numa reunião com os trabalhadores, que o fazia como forma de pressionar o Governo a acabar com estas estruturas que considerava inúteis… mesmo sabendo que a partir desse momento deixaria de haver condições para pagar vencimentos, um facto que não lhe importava mesmo nada e, por isso, se iria manter intransigente.
Quando questionado publicamente sobre o assunto, o Dr. António Costa não se coibiu de mentir descaradamente para se justificar numa sessão de Câmara realizada em 24-04-2013 e, talvez por isso, a CML tem vindo a recusar facultar à ADL o acesso à respetiva ata, contrariando todas as normas legais.
Por isso, gostava que a Clara Ferreira Alves me esclarecesse se é essa a forma exemplar de governação que se aprende com António Costa na Câmara Municipal de Lisboa.
Mas, sobretudo, queria dizer-lhe que quando denuncio o que se passa na Assembleia Distrital de Lisboa e escrevo sobre a minha situação (repito: há sete meses consecutivos sem receber vencimento por culpa exclusiva do Presidente da Câmara Municipal de Lisboa que acha legítimo sobrepor razões particulares, de escusa estratégia política, à Lei e ao Direito) não estou a retirar nada do “caixote de lixo” nem tão pouco comecei a tornar público o problema após conhecer a candidatura de António Costa à liderança do PS.
Estes que serão para si mais uns sujos “ataques” ao “deus Costa” começaram a ser tornados públicos há muitos meses. E fi-lo não só no meu blogue pessoal (http://metoscano.blogspot.com), nas redes sociais e na imprensa (jornais e rádio) mas, principalmente, às entidades competentes que deveriam resolver o problema mas têm reagido de forma ineficaz (Tribunal, Ministério Público, Assembleia da República e Inspeção-geral de Finanças) e com isso deixam prosseguir impune o responsável por uma ocorrência indigna de um Estado de Direito e que deveria envergonhar o Poder Local Democrático.

Por isso, e ao contrário de si, considero que o maior inimigo de António Costa não está no partido. O maior inimigo de António Costa é ele mesmo e a sua arrogância e prepotência.

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