quarta-feira, 2 de outubro de 2013

Almada: continuará a Assembleia Municipal a ser "correia de transmissão" da Câmara?


Esperemos que neste mandato (2013-2017) a Assembleia Municipal de Almada deixe de ser a correia de transmissão em que a CDU a transformou durante décadas e que possamos vir a assistir a um verdadeiro fórum de debate, não condicionado, e de fiscalização da atuação do executivo pois que antes, com o empate técnico, havia sempre forma de desempate que era feito em suposta "qualidade" mas que mais não era do que a bênção final do Presidente da AMA.

Composição da Assembleia Municipal de Almada no mandato 2013-2017:
CDU - 14 eleitos + 4 presidentes de juntas = 18 deputados municipais;
PS - 10 eleitos + 1 presidente de junta = 11 deputados municipais;
PSD - 5 deputados municipais;
BE - 2 deputados municipais;
CDS - 1 deputado municipal;
PAN - 1 deputado municipal.
São, portanto, 38 membros no total: 18 para a CDU e 20 para a oposição.

Uma pergunta se impõe:
Será que iremos assistir à réplica do que no mandato anterior (2009-2013) se passou no órgão executivo e os dois votos que faltam para o empate técnico que pode transformar uma maioria relativa em maioria absoluta (e que, tal como no mandato anterior, quando acontecia, era sempre resolvido com o "ámen" do presidente da AMA) se irão passar a chamar, agora, Carlos Guedes e Fátima Marras, em vez de Helena Oliveira?

Pela parte que me cabe, como cidadã politicamente interventiva, irei estar atenta ao funcionamento destes órgão colegial em particular (sem esquecer a câmara municipal), dentro das minhas possibilidades e com toda a limitação de meios que os munícipes fora da esfera partidária têm. Quem sabe se não irei retomar uma série de iniciativas que, entretanto, por motivos diversos, tive de deixar em "suspenso"...

Não dou por adquirido aquilo que não sei se vai acontecer... Porque não sou adivinha. Apenas pretendo aqui deixar expressa uma hipótese que pode bem vir a ocorrer e não é assim tão estranha quanto isso. No passado recente, e ainda era eu deputada municipal, várias vezes aconteceu que PS+PSD+CDS+BE (22 deputados municipais) votaram a favor/contra determinada moção e a CDU (22 deputados municipais) em sentido inverso. O desempate era sempre, obviamente, resolvido nos termos da lei (isso nem sequer se questiona) a favor da CDU pelo presidente da AMA. Apenas pretendo colocar uma dúvida, tendo presente o que aconteceu nos últimos quatro anos com a vereadora do BE.

Espero, portanto, que percebam que não se trata de estar já a partir do pressuposto que metade dos deputados da Assembleia Municipal de Almada vão estar sempre contra tudo e contra todos... Caramba! Se assim fosse ainda iam todos parar ao “purgatório partidário” pois dificilmente haveria vencedores e vencidos... Aniquilavam-se!


E esta última ironia mais não é do que o aligeirar da situação pois acho que no início de qualquer mandato há sempre que "dar o benefício da dúvida" à nova equipa que toma posse e nesta caso em concreto, apesar de ser a mesma força política alguns protagonistas mudaram e estou em crer que vai haver mudanças para melhor ao nível da gestão autárquica.

1 comentário:

Anónimo disse...

Conheço Joaquim Judas há muitos, muitos anos e parece-me uma pessoa estimável, para além de, ao contrário, da sua antecessora, ter sido preso político e conhecido a clandestinidade. Tem o condão de vir de fora da "máquina CDU almadense", o que também lhe pode ser caro, pois será rapidamente engolido por ela. Nunca teve funções executivas e não sei em que se poderá apoiar para fugir ao cerco «Pardalo-Ruisiano"

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