segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Eu quero! Eu posso! Eu mando! Ou a democracia à moda de António Costa.


«Desde as eleições autárquicas de setembro, há novas regras, com a prevalência de um duplo critério: número de presidências de câmara (PCP tem vantagem) e maioria de eleitores (PS ganha folgadamente). A primeira reunião dos órgãos da AML, para eleição do conselho metropolitano e elaboração da lista para a comissão executiva, tem lugar amanhã, em Lisboa.

A proposta socialista choca frontalmente com a defendida pelos comunistas. O PCP, como o Expresso noticiou no sábado, pretende continuar com a presidência do órgão deliberativo (mantendo no cargo o presidente da Câmara do Barreiro, Carlos Humberto de Carvalho) e aceita que o PS fique à frente da comissão executiva.

Esta divisão de lideranças não tem acolhimento junto de António Costa, que apenas pretende dar ao PCP uma vice-presidência do conselho metropolitano (o órgão é constituído por um presidente e dois vice-presidentes, sendo que o eleito seria do PSD) e dois dos cinco lugares da comissão executiva. Aqui, além da liderança, o PS pretende ter um secretário, propondo que o quinto seja do PSD.

No fundo, PS e PCP fazem leituras diferentes de uma lei que cria uma teia complexa para a eleição. Os comunistas, com 9 dos 18 municípios da AML, entendem que este critério é o mais importante (embora estejam dispostos a dar a presidência do órgão executivo ao PS).

Já para os socialistas o que conta em primeiro lugar é o número de eleitores. Como Lisboa e Sintra são duas das seis câmaras conquistadas, a vitória do PS neste ponto é esmagadora.

A fonte próxima de António Costa salienta que existe ainda outro factor a favor dos socialistas: "o número de mandatos" conquistados nos 18 municípios. Contudo, na lei, os critérios estão bem explícitos - presidências de câmara ou número de eleitores -, não havendo qualquer referência a mandatos.

Caso falhe um acordo entre socialistas e comunistas, só há uma solução aritmética para encontrar um vencedor: uma aliança do PS com o independente Paulo Vistas, de Oeiras, e as duas câmaras do PSD (Mafra e Cascais).


Neste quadro, haveria um empate entre PCP e o bloco liderado pelo PS. Mal tal chegaria a António Costa, pois a lei em vigor não exige a maioria de câmaras. Basta que os votos a favor sejam pelo menos tantos quantos os votos contra.»

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