Ainda a
propósito das comemorações do Dia Internacional da Mulher em Almada não posso
deixar de partilhar convosco a mensagem que uma trabalhadora do município me
acabou de enviar por correio eletrónico a acompanhar o postal que ilustra este
artigo:
«É
inacreditável… Quando sabemos as práticas de abuso de alguns dirigentes e
amigos [leia-se: da CDU]. Há funcionárias aliciadas para determinadas práticas
em troca de favores.»
A gravidade
desta acusação é tal que até fico sem palavras.
Depois do
aqui acabei de escrever sobre a forma soberba,
demagógica e hipócrita como a CDU em Almada tem estado a reagir às
iniciativas do atual executivo para comemoração deste 8 de março, juntar a
denúncia daquela trabalhadora ao conteúdo do “comunicado” a ela anexo, tendo
presente os múltiplos favorecimentos de que vamos tendo conhecimento (a trabalhadores, a dirigentes e a prestadores
de serviços) e a passividade tolerante com que quer a
delegação do STAL quer a própria Comissão de Trabalhadores sempre olharam os atropelos
aos mais elementares direitos daqueles que deviam defender porque cometidos
pelos anteriores executivos comunistas,
Sinceramente,
dizer que estou chocada é pouco. Sinto-me mesmo muito revoltada!
E mais ainda
quando correm nas redes sociais críticas vergonhosas à campanha da CMA e
ofensas aviltantes à sua Presidente, escritas por apoiantes da CDU, entre eles alguns
autarcas e até trabalhadores da autarquia, de que são exemplo as reações
ao cartaz dos SMAS sobre o dia 8 de março que me fizeram chegar (segundo me
informaram, havia mais, muitas mais, com linguagem tão ou mais malcriada,
intolerante, ofensiva e obscena que aquela “coleção” que me enviaram já bem demonstra).
Onde está
aqui o respeito pela mulher, pelo seu direito a optar, de escolher, de ter
opinião diferente, de gostar de outras coisas que não apenas aquelas que a CDU
faz? Ou só merecerão respeito, as simpatizantes e militantes da CDU? Quiçá a
elas se possam juntar aquelas que, por temor ou conveniência, finjam apreciar o
que a CDU faz para colher algum benefício presente e talvez no futuro.
E fala a CDU
do alto do seu “pedestal ideológico”, sustentado por fundamentos reacionários e
bastardos (porque fora dos cânones da decência), de respeito pelas mulheres? Como
se apenas a CDU as soubessem homenagear condignamente e toda e qualquer outra
iniciativa apenas mereça ser achincalhada?
Não, não é
com um almoço que a CMA pagava a 25€ por refeição (em média) e onde se
desperdiçava tanta comida que “até dava dó” (contaram-nos algumas das
homenageadas que ainda não conseguem ultrapassar o “medo congénito” que décadas
de práticas antidemocráticas lhes infiltrou nos ossos e, por isso, preferem o
anonimato) e bem poderia matar a fome a muitas mulheres (e homens, jovens, crianças,
idosos) que, no nosso concelho, nesse mesmo dia de repasto para uns terá de
míngua para outras tantas,
Mesmo que a
seguir entregassem uma flor, ou um ramo delas – tudo pago através do orçamento municipal
é bom não esquecer, portanto, dinheiro de todos e todas nós almadenses que não
fomos ouvidos(as) nem achados(as) no destino que lhe estavam a dar já que a
nossa opinião nunca foi auscultada,
E embora entre
fotografias de circunstância e sorrisos de ocasião se misturasse um tímido
discurso sobre igualdade (que depois nos restantes dias do ano se constava ter
uma prática pouco consentânea com a oratória comemorativa do dia em causa),
Prefiro, sem
margem para quaisquer dúvidas, esta campanha do atual executivo municipal e
cujo programa de
iniciativas inclui atividades que promovem de forma
muito mais educativa e eficaz a igualdade de género e contribuem de forma muito
mais útil, e sobretudo digna, para a defesa dos direitos de todos e todas.
2 comentários:
uma tal fabia que veio dos smas e que nunca foi comunista, era uma senhora doutora
Companhia dança Almada com a prof Franco e Rita Judas este nome deu para muitas verbas
Enviar um comentário