Depois das eleições autárquicas de outubro último, há uma pergunta que
muitos almadenses fazem: para onde foram trabalhar os vereadores do anterior
executivo, agora que perderam os pelouros que antes lhes asseguravam o
vencimento mensal?
Amélia Pardal
(vereadora sem pelouro no atual mandato), técnica superior da câmara municipal
de Almada e a única com vínculo público, foi nomeada em regime de substituição
como Diretora do Departamento de Obras Municipais no concelho liderado pelo seu
camarada Bernardino Soares (Loures).
Nada de mais, não fosse dar-se o
caso de para ela poder ocupar “a cadeira” o camarada presidente ter feito cessar,
no mesmo dia, a comissão de serviço do anterior ocupante. Nesta data encontra-se
a decorrer o concurso para ocupação daquele lugar de dirigente, mas, sinceramente,
alguém acredita que o vencedor será outro que não Amélia Pardal?
José Gonçalves, retomou
a atividade como advogado. Disso deu notícia nas redes sociais com “pompa e
circunstância” mostrando o seu cartão da Ordem. E, entretanto, conseguiu um
ótimo negócio: uma aquisição de serviços em regime de avença adjudicada por
ajuste direto (ou seja, sem concorrentes a ofuscar-lhe a “chegada ao pódio”),
com a Câmara Municipal do Seixal (liderada pelo comunista Joaquim Cardador dos
Santos) no valor mensal de 3.631,21€.
Vencimento aquele que terá um reforço
em dobro nos meses de junho e novembro. Uma espécie de subsídios de férias e de
Natal encapotados como forma de contornar a legislação já que os prestadores de
serviços não têm direito a essas comparticipações como José Gonçalves sabe com
toda a certeza, ou não fosse ele “um homem de leis” (que parece interpretar
conforme mais jeito lhe dá).
Ainda a propósito desta
contratação, deixo as dúvidas que uma pessoa interessada nestas questões me fez
chegar e que considero pertinentes:
«Não me parece um bom exemplo de ética, para quem é tão exigente com os
adversários, especialmente porque existe há longos anos um acumulado de
dificuldades financeiras, e o vereador Gonçalves esteve envolvido nas cobranças
atrasadas ou não efetuadas, por Almada ao Seixal.
Há, atualmente, candidaturas a projetos em que os Municípios são
concorrentes, qual dos dois irá o José Gonçalves defender, aquele em que é
Vereador ou o outro em que é avençado?
Já para não falar na posição partidária do PCP sobre as
incompatibilidades, que quando é para os outros até pretende impedir que venham
a trabalhar em empresas ou áreas nas quais tenham tido “influência” muitos anos
antes.»
Vamos agora ao caso de Joaquim
Judas, o médico que foi presidente da autarquia almadense de 2013 a 2017 e
agora é um simples vereador sem pelouro.
Poder-se-ia pensar que, com mais
tempo livre, iria aproveitar a reforma e dedicar-se à política “pro bono”, em
nome dos ideais comunistas que defende, pois, a sua sobrevivência económica
estava assegurada.
Engano nosso. Regressou ao
exercício da medicina e celebrou uma avença
com a Câmara Municipal de Setúbal liderada pela sua camarada Maria das
Dores Meira pelo valor mensal de 2.829€. E outra com a do Seixal, por 3.887,4€/ mês. Resta também saber se não surgirão
algumas contratações através da empresa Miguel
Judas – H.S.S. E Medicina no Trabalho, Ld.ª (uma sociedade por quotas da
qual a sua mulher faz parte), responsável pela prestação de serviços de
medicina do trabalho na autarquia de Palmela, outro município gerido pelo PCP.
E por último temos o caso de Rui
Jorge Martins (que no mandato em curso apenas “sobe ao palco” quando algum
dos outros quatro eleitos falta) foi nomeado em comissão de serviço como
secretário do Gabinete de Apoio à Vereação da Câmara Municipal da Moita. E qual
é o partido com maioria no executivo? Adivinharam: o PCP.
Falta apenas saber o que é feito
do vereador António Matos cuja atividade nas redes sociais continua bastante
intensa. Por enquanto a sua atividade profissional “está no segredo dos deuses”,
mas não me surpreende que um dia destes surja por aí uma qualquer avença numa
autarquia comunista.
Se isto não são “empregos para os
rapazes e para a rapariga da CDU em Almada” haja alguém que me explique o que é
que são.
Mas esta é uma “velha prática” (de
distribuição de lugares) que na câmara de Almada era “seguida à risca” pela CDU
nos anteriores mandatos, embora publicamente os seus autarcas usassem sempre a
“máscara da isenção” e se cobrissem com a “capa da honestidade”.
Exemplos desses não faltam e aqui
neste blogue já denunciei muitos deles: a começar pelas nomeações de certos
dirigentes (entre os quais a filha
e o sobrinho
da ex-presidente Maria Emília, por exemplo), passando pelas progressões na
carreiras de alguns trabalhadores familiares da “malta do partido” (caso de Carlos Mendes…
mas há mais!) ou a celebração de certos contratos de prestação de serviços (com
jurista do PCP: Anabela
Respeita e Luís
Corceiro Mendes, entre outros), os favores foram sempre muitos e só não via
quem não queria como, infelizmente, a Assembleia Municipal (a quem compete
fiscalizar a atividade do órgão executivo) que deixou sempre “passar ao lado”
esta multiplicidade de favorecimentos que na maior parte dos casos nem sequer
eram disfarçados tal a sensação de impunidade que os seus autores e
beneficiários sentiam, como se estivessem acima da lei ou apenas devessem
obediência não às leis da República, mas às normas partidárias que na sua ótica
as legitimavam.
Aquela que era até 1 de outubro de
2017 a função de “solidariedade partidária” do município de Almada (uma
atribuição sui generis que a CDU se atribuía
a si própria como se esta fosse a expressão de um direito absoluto inscrito nos
cânones ideológicos do PCP e, por isso, de toda a justiça desde que aplicada
apenas aos seus) passou a ser desempenhada pelo seu vizinho do Seixal onde além
do vereador almadense José Gonçalves fomos encontrar também o ex-presidente da
Câmara de Alcochete Luís Miguel Carraça Franco, contratado por ajuste
direto a 2.706€/mês pagos em 14 prestações mensais (o que, tal como já se
referiu, parece-nos uma forma encapotada de contornar a lei e pagar subsídios
de férias e de Natal quando nas avenças isso não é possível) … e sendo ambos os
citados juristas, não deixa de ser “interessante” notar esta forma enviesada de
interpretar as leis para obtenção de benefícios ilegais e que seriam veementemente
condenados (quiçá denunciados ao Ministério Público como crime) se os autores
do ato pertencessem a qualquer outro partido.
E porque decerto alguns irão
perguntar: então não fala das nomeações políticas do atual executivo PS / PSD
na câmara de Almada?
Assim, aproveito a oportunidade
para deixar aqui a lista dos trabalhadores em comissão de serviço e/ou com
contratos em regime de avença que exercem funções:
Chefe de gabinete: Ana Margarida Lourenço.
Secretária: Sandra Isabel Ribeiro Barata.
Adjunto 1: Bruno Fernando Mota Martinho.
Adjunto 2: José Carlos Reis Coelho.
Apoio administrativo: Luísa Maria Freire
Galvão.
No Secretariado de apoio às reuniões da câmara
municipal
Letícia
Maria Sabino de Sousa (e nas faltas e impedimentos desta Ana Maria Pires
Silva).
No Gabinete de apoio à vereação
Secretario 1: Sérgio
Manuel Gonçalves Sousa.
Secretária
2: Aurora Maria Santos Moreira.
Secretário
3: Paulo Jorge Cabaço Gardete.
Secretária
4: Maria Benedita Galaio Ramalho.
Adjunta
1: Sílvia Maria Mendes Sousa.
Adjunto
2: António Francisco Salgueiro.
Adjunto
3: Ana Cláudia Gomes Almeida.
Ajunto
4: Duarte Machado Sobral Leal.
No Gabinete vice-presidente da câmara
No Gabinete da vereadora Francisca Parreira
No Gabinete do vereador Miguel Salvado
No Gabinete dos vereadores da CDU
9 comentários:
É certo que neste jogo da política, conseguimos ver para além da visão e assentar ideias onde a cegueira do nosso imaginário permitir. Política baixa e suja, muito própria das gentes aflitas, sem nível e que só tapam o cú, porque e quando, o frio os faz apertar. Gente que tudo faz para denegrir os adversários, que a seu ver, não passam de inimigos. Muito mal vai esta democracia, com gente assim tão baixa !!!!
A superioridade moral dos comunistas.
Família Judas:
- Filha mais nova Ana Maria Judas - Dirigente na Câmara Municipal da Moita, depois de ter estado na Câmara Municipal de Palmela e, no tempo da coligação, na Câmara Municipal de Lisboa;
- Genro, casado com a filha mais velha - Médico municipal na Câmara Municipal do Seixal.
correção: Genro, casado com a filha mais velha - Veterinário municipal na Câmara Municipal do Seixal
uma tal Carneiro, assesor nesta Cãmara muitos mandatos. um comunista que só vestia coisas de marca e de pele, e tem um carrão lexus. grande comuna
Por isso vai muita verba para companhia dança de Almada tem la Rita Judas. A sobrinha Ana Olaio edtagiou na câmara depois esteve a recibos verdes filha do Antonio Olaio irmão Barbara Judas ele também trabalhador na CMA arquitecto deram o projecto para o Teatro Antonio Assunção visto que nada ainda tinha. O Genro já está como veterinário na CMA tendo á uns tempos abatido um animal que os donos e a GNR procuravam tendo o cão chip ficou tudo segredo Deuses.
E a tal Sônia dos verdes uma xuleca que ganhava 1200 EUROS e so trabalhava de tarde.Para mudar o papel higiénico da casa banho a madame que nada fazia chamava a empregada limpeza.
Nem o Estado escapa: porque razão o Instituto Português da Qualidade tem uma avença com a firma Miguel Judas? Será porque a filha do Judas lá trabalha? Investigue-se quem informou a decisão final
A Inês de Medeiros só falha quando elogia a Maria Emília. Muito deste nepotismo começou e medrou com ela...
A Família Judas tudo bem colocado grande honestidade. Só não ficou a sobrinha Ana Olaio filha do arquiteto Antonio Olaio irmão D esposa do Judas pois perderam eleições.O favorecimento nesta famiia ate fez com que o projeto do teatro fosse feito por esse Olaio , o teatro Antonio Assunção.Familia bem colocada.
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