sexta-feira, 19 de julho de 2013

Não confundamos as coisas!


A propósito desta notícia colocada no grupo Democracia Local, da rede social Facebook, do qual faço parte da Administração, e porque, como podem verificar a seguir, o meu nome foi referido e questionado o meu apoio à candidatura de Joaquim Barbosa, além de aqui apresentar alguns dos comentários proferidos, achei por bem trazer ao vosso conhecimento o esclarecimento que ali prestei e que apresento no final.




«A minha ligação à AssembleiaDistrital de Lisboa impede-me de ter o indispensável distanciamento para me pronunciar sobre António Costa pois sofro na pele, diariamente, as consequências deste seu "capricho" (como alguém já o classificou).
Contudo, não posso deixar de me pronunciar...
A incerteza quanto ao pagamento dos salários dos funcionários da ADL é uma constante, temos de mendigar (literalmente) aos autarcas que cumpram a lei e paguem a tempo as suas obrigações - o que não deixa de ser uma situação humilhante. Com alguns percalços, lá vamos conseguindo sobreviver mas, em 2013, chegámos à rutura por causa do senhor presidente da CM de Lisboa que se recusa a pagar desde janeiro de 2012.
Um ano sem 27% do nosso orçamento anual (que é quanto representa a contribuição da CML), mercê de uma gestão regrada e porque não se pagaram os subsídios de férias e de Natal aos trabalhadores em 2012, ainda aguentámos.
Agora outro ano consecutivo sem esse contributo está a causar o caos financeiro desta entidade. Aliás, só ainda não temos salários em atraso porque as Câmaras de Sintra e de Loures já pagaram adiantado os duodécimos até final de 2013...
Se a Câmara de Lisboa não pagar a sua dívida (neste momento são 80.650€ - uma quantia que tem um impacto reduzido no orçamento do município... qualquer coisa como 0,002%) o mais breve possível a partir de agosto não vai haver possibilidade de pagar salários nem de assumir os outros encargos a que estamos legalmente obrigados.
Trata-se de uma posição incompreensível, à margem da lei, assumida em nome de um órgão colegial que sobre ele nada decidiu (a câmara municipal), em desobediência a uma deliberação da assembleia municipal que previa o pagamento integral à ADL, em desrespeito pelo funcionamento regular de uma entidade prevista na Constituição da República Portuguesa, ética e politicamente condenável pois a autarquia nem sequer se fez representar nas reuniões do órgão deliberativo distrital para, no local adequado e perante os seus pares (os autarcas do distrito de Lisboa membros da ADL) abordar a questão.
Que razões se escondem por detrás deste comportamento abusivo de António Costa? O que o leva a manter esta posição intransigente que tanto tem estado a prejudicar os trabalhadores - os únicos que nada têm a ver com as possíveis questiúnculas político partidárias que se esconderão por detrás desta vergonhosa posição?

Por isso, confesso, este apoio à candidatura de Joaquim Barbosa deixa-me seriamente incomodada. Seria hipócrita se afirmasse o contrário.
Todavia, o caráter de uma pessoa não faz a vontade de um coletivo e muito menos estas caraterísticas da personalidade de António Costa (que foram para mim uma muito desagradável surpresa pois tinha dele uma outra ideia) se propagam por contágio a outros seus camaradas, que poderão apenas pecar por não ter a coragem suficiente para o confrontar (pelo menos publicamente).
Por isso, e apesar do incómodo atrás referido, não posso fazer uma relação "causa - efeito" porque António Costa é António Costa e Joaquim Barbosa é Joaquim Barbosa. E este é o candidato que, em Almada, eu apoio e espero que venha a ser o próximo presidente da Câmara de Almada porque não acredito que um Homem com a sensibilidade dele para as questões sociais, como o tem demonstrado ao longo da sua vida, alguma vez venha a fazer algo semelhante ao que o seu camarada está a fazer em Lisboa. Porque mais do que partidos esta é uma questão de pessoas.
E, para mim, Joaquim Barbosa distingue-se em tudo de António Costa. A começar pela sua humildade, caráter fraterno e desprovido da sobranceria que o seu colega de partido tem vindo a demonstrar. Para mim, estas são qualidades fundamentais.
Por isso estou e estarei com Joaquim Barbosa. E nunca estaria com António Costa se fosse munícipe de Lisboa. Felizmente não sou.


Quanto à questão de Almada e Lisboa, considero que essa deve ser uma aposta (já o deveria ser há muito tempo) sejam quais forem os autarcas a liderar os destinos de ambos os concelhos. O rio Tejo não pode ser encarado uma algo que separa as duas margens mas, antes, o elo de união entre estes pólos que na área metropolitana podem, juntos, potenciar muito mais o crescimento económico e turístico desta zona do que se continuarem de costas voltadas como tem acontecido até agora.»

1 comentário:

Anónimo disse...

barbosa, o conhecido apparatchik do ps almada, que lá foi cumprindo o ritual: ele foi a direção regional de educação de lx, a santa casa; o que vale é que a Toscano, tal como o Paulo Portas, acabará por daqui a uns meses se zangar com o barbosa, como aconteceu sempre com qualquer pessoa ou partido que tem apoiado.

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