quinta-feira, 3 de maio de 2012

"Um bom momento para a presença publicitária"?


O assunto de hoje tem alguns meses (mas continua oportuno até mais não seja para alertar para uma possível repetição, por isso nunca é demais lembrá-lo) e foi trazido à colação pelo PSD na reunião da Assembleia Municipal de Almada realizada no passado dia 30 de setembro de 2011, conforme se pode ler pelo excerto da Ata n.º 15/X-2.º/2010-11 (página 32):


Trata-se da inserção de publicidade institucional (dos SMAS de Almada e da ECALMA) num folheto publicitário de um evento partidário (do PCP): a «Festa do Avante», como a seguir se evidencia. (esclarecimento: a moção acima apresentada foi rejeitada com os votos contra da CDU apesar da concordância de toda a oposição).
«"Que tipo de apoio existiu por parte destas entidades empresariais municipais a esta Festa do Avante? Quem decidiu e com que legitimidade legal? Que custos (financeiros ou outros) tiveram para o município (directa ou indirectamente)? Como é que é possível associar campanhas e imagem do município numa iniciativa partidária?" - são perguntas colocadas em comunicado, por Nuno Matias, presidente do PSD de Almada e deputado na Assembleia da República.» - VER A NOTÍCIA COMPLETA AQUI.
«Em resposta à agência Lusa, os conselhos de administração dos SMAS e da ECALMA afirmaram que a relação entre as entidades e a Festa do Avante “é estritamente comercial e transparente, como em qualquer outra situação»: «A organização tem um preço de tabela para a publicidade, e esse foi o valor pago”.


Nuno Matias considera que “esta situação demonstra um total desrespeito pelo dinheiro público e um uso abusivo da imagem do concelho numa iniciativa político-partidária”. Os responsáveis pelos SMAS e pela ECALMA discordam, argumentando que “a Festa do Avante é um bom momento para a presença publicitária”.» - VER NOTÍCIA COMPLETA AQUI.Três meses mais tarde, o PSD apresentou um requerimento à Presidente da Câmara ao qual obteve a "elucidativa" resposta que a seguir se apresenta: 


Ficámos a saber que por dois anúncios foram pagos, com o dinheiro dos contribuintes, 1.960€ mas, todavia, ficou por esclarecer o principal: que suporte legal permitiu a realização desta despesa. E, evidentemente, não foram fornecidas cópias das respetivas faturas.
Para quem gosta de afirmar, sistematicamente, que nada tem a esconder, esta é uma atitude deveras estranha e que nos faz suspeitar de que nem tudo é assim tão transparente como nos querem fazer crer.
E mesmo que a despesa até possa ter enquadramento jurídico adequado, certo é que ela é ética e politicamente condenável.   

1 comentário:

Anónimo disse...

Então e o dinheiro que vai para as associações de idosos quase analfabetos com a mania que são poetas, pintores e fotógrafos, é bem empregue?

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