segunda-feira, 21 de maio de 2012

Público: «Miguel Relvas errou o alvo.»



«Contrariamente ao que seria de esperar, Miguel Relvas nada diz sobre a substância deste caso, a inadmissível promessa de retaliações à jornalista e ao jornal caso a investigação em curso sobre as suas relações com Jorge Silva Carvalho, ex-chefe do Serviço de Informações Estratégicas e de Defesa, prosseguisse.
A forma como o PÚBLICO e a jornalista Maria José Oliveira acompanharam o caso são por si só a melhor prova de que as nossas notícias se pautaram pelo rigor. Noticiámos em 28 de Janeiro que Jorge Silva Carvalho tinha enviado ao Governo um relatório com um plano de reformas para as secretas, o que Miguel Relvas considerou ser “absolutamente falso”; voltámos a noticiar a 9 de Maio que o ministro tinha recebido do ex-espião um e-mail e sms com propostas para as secretas, o que Miguel Relvas admitiria no Parlamento; e referimos que nas suas declarações no Parlamento Relvas se lembrara de ter recebido um “clipping” sobre uma visita de Bush ao México, o que contradizia a afirmação do ministro quando afirmara ter conhecido Silva Carvalho entre Março de 2010 e Junho de 2011 – a última visita de Bush ao México noticiada pela Reuters é de 2007. Em causa jamais estiveram interpretações, mas factos.
É verdade que, apesar de todos os mecanismos de controlo, há erros ou omissões que se detectam apenas a posteriori. Não temos problemas em corrigir títulos, como reconhece Miguel Relvas, nem de adiar a publicação de notícias até que sejamos capazes de lhes acrescentar o valor informativo que as tornam indispensáveis – como fizemos na quarta-feira.
Ao pretender contornar esta realidade com a construção de uma imagem distorcida sobre o jornalismo do PÚBLICO, Miguel Relvas elabora uma manobra de diversão. Recordemos: não é a qualidade da investigação sobre o caso das secretas que está em causa, mas a tentativa de intimidação à jornalista que a conduziu. Não dando explicações à ERC sobre os seus actos e as suas intenções, Miguel Relvas errou o alvo.»

Comunicado da Direção Editorial do Público, de 20-05-2012, publicada online às 19:25h.


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Além das alegadas pressões sobre a jornalista, Miguel Relvas passou a tentar pressionar, também, a ERC? E é este homem o n.º 2 do Governo... Como é possível o 1.º Ministro continuar a manter a confiança política nesta sinistra personagem? O que impede Passos Coelho de demitir Miguel Relvas?

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