domingo, 12 de fevereiro de 2012

Em defesa da Freguesia de Cacilhas


«Enquanto cidadão português natural de Cacilhas e aqui residente, entendo que devo tomar posição quanto à possível extinção da Junta de Freguesia, depois de ter ponderado sobre as realidades existentes nesta freguesia.
E a minha posição é clara! Não estou de acordo com o fim desta Junta de Freguesia, na actual conjuntura
A necessidade de reorganização da estrutura autárquica nacional, parece-me evidente, e até Cacilhas poderia estar abrangida, se não existissem realidades locais que apontam em sentido contrário.
Quando se fala no empobrecimento do País, Cacilhas serviria perfeitamente como caso de estudo.
Claro que a nossa população já conhece estes fenómenos, que teve no fim da Lisnave o seu maior expoente até agora.
A população de Cacilhas está cada vez mais envelhecida, com uma grande percentagem de pessoas com mais de 65 anos de idade, a necessitar da proximidade das instituições que, aqui foram estruturantes nas últimas décadas, como factor de qualidade de vida.
 Isto num quadro de perda de capacidade económica e reindivicativa, cada vez mais agudizada pela recessão.
 E num cenário em que muitas pessoas já têm de optar em fazer compras na mercearia ou comprar os medicamentos, quase sempre isto processa-se num silêncio envergonhado…
Esta situação mais se irá agravar com a nova Lei das Rendas de Casa, que mais dificuldade trará aqueles que têm menor poder económico.
A saírem de Cacilhas, a repartição das Finanças e o Posto dos Correios, com o tráfego fluvial reduzido pela Transtejo, com muito  comércio a encerrar, em especial a restauração afectada pela subida brutal do IVA, a população terá de se reorganizar para fazer frente a estes problemas.
Outro aspecto é o próprio valor de mercado dos estabelecimentos comerciais, muitos já encerrados, e dos próprios andares de habitação, que já com o valor em queda, menos valerão no quadro proposto.
Penso que a Junta de Freguesia deve-se manter, para ter cada vez mais um papel de resistência ao Empobrecimento, um papel social estruturante no apoio a toda a comunidade.
No caso dos idosos, em especial aos de menores capacidades económicas, fornecendo serviços de pequenas reparações nas habitações, a preços controlados, fazendo as marcações de consultas para o serviço nacional de saúde e, serviços de ligação às Finanças, por Internet, ponto de apoio aos CTT.
Apoiando a criação duma associação de condomínios para as populações acederem mais facilmente aos programas de instalação de painéis de produção de energia solar, sistemas de contabilidade organizada com preços acessíveis e, organização dum Corpo de Guarda Nocturnos para segurança das populações.
Isto para além dos serviços que já exerce habitualmente.
Devem-se aprofundar as relações no campo da Assistência Social, Cultura (com os nossos artistas e intelectuais), Defesa de Património, Turismo e dinamização do sector empresarial.
Tudo isto em sintonia com as instituições existentes de forma integrada e planificada, estabelecendo um caderno de toda a oferta existente, inovando e, estudando quais as formas de melhorar e aprofundar estas relações no sentido da revitalização social e económica.
Os projectos de requalificação da Margueira e do Ginjal que, no futuro trarão a este local um grande desenvolvimento e crescimento, seguramente mais habitantes, que contrariará o decréscimo populacional, são mais um motivo para a continuidade da Junta.
 Henrique Mota, Bil. identidade n.º 2064444»

4 comentários:

Churchill disse...

Sr. Henrique
Concordo com a maioria dos argumentos, mas curiosamente Us-os para defender o contrario.
Precisamente porque fazem falta mais serviços para a população, é que devem deixar de ser desperdiçados recursos só para alimentar a maquina política das juntas.
A ideia não é encerrar os serviços, apesar de alguns serem excessivos (se em vez de meia dúzia de repartições existir uma bem organizada é melhor para todos e mais barato), é deixar de ter 11 executivos, 11 assembleia de freguesia, e 11 clientelas, que absorvem recursos e não acrescentam nada.

Para seguir os seus exemplos, a realidade de Almada, Cacilhas, Pragal e Cova da Piedade é idêntica. Se fossem coordenados esforços, e não satisfeitos caprichos, ganhavam todos.

Anónimo disse...

Acho que deve ser a primeira vez que o WC tem razão.
Estará doente?

Anónimo disse...

quantos milhares de euros ganha a Imilia o matos e apardal?vivó PCP

Anónimo disse...

Anónimo
Não seja assim, eles trabalham imenso.
Em especial a pardala, pois com o urbanismo imenso que está a acontecer ela fica só com uma ou duas horas por dia.
Depois como vai aos SMAS de 15 em 15 dias durante um par de horas para assinar o que lhe põem na frente (e de que percebe tanto como o Futre de português), fica sem um minuto livre.
Por isso merece tudo o que lhe pagam, mais os telefones e o pópo, e ainda um cartaozito para comprar recordações.

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