Para quem, como eu, assenta a sua intervenção política em valores
como a transparência na gestão autárquica, a luta contra a corrupção, a
dignificação do exercício de funções públicas e a defesa dos direitos dos
trabalhadores, sacrificar a coerência e a isenção da sua atuação em prol da manutenção
de escusos interesses partidários (formatados em princípios que não
correspondem, minimamente, aos objetivos de cidadania da sociedade atual),
apenas nos mostra o quão limitados são, afinal, os horizontes democráticos
destes escravos da ideologia.
Nenhuma força política tem o monopólio exclusivo dos atos
democráticos e muito menos existem partidos detentores absolutos e exclusivos
da defesa de objetivos de equidade e justiça social.
Por isso, mais importante do que colocar rótulos nos partidos políticos,
com base na interpretação dos seus objetivos programáticos ou dos discursos públicos
dos seus líderes, é saber afastar a cortina dos preconceitos ideológicos,
separar a política nacional da política local e ter a capacidade para, de forma
isenta e imparcial, analisar a prática quotidiana dos eleitos, face às
disposições legais vigentes.
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