O primeiro livro de José
Rodrigues dos Santos que li foi o Codex 632
de que já aqui vos falei neste mesmo espaço há onze anos (pois é, o INFINITOS
tem mesmo mais de uma década).
Depois desse li também: O Sétimo Selo, A Fórmula de Deus,
Fúria Divina, O Último Segredo,
A Mão do Diabo e A Chave de Salomão.
Adquiri mas ainda não li: A Filha do Capitão,
O Homem de Constantinopla
e Um Milionário em Lisboa.
Estou, neste momento, a acabar a
leitura do seu último livro: Vaticanum cujo
processo criativo o autor explica AQUI.
Pelo que acima fica escrito, pensarão
que sou uma acérrima fã de José Rodrigues dos Santos, quiçá do personagem
principal Tomás Noronha.
Acontece, porém, que sendo
verdade que gostei de ler as citadas obras (umas mais do que outras), não posso
deixar de referir que o protagonista me irrita solenemente: considero-o algo
pedante, narcisista quanto baste mas, sobretudo, com algumas atitudes sexistas embora
apareçam mascaradas de uma aparente tolerância e respeito pelas mulheres.
Explicando melhor: é raro, se não
inexistente, o enredo em que Tomás Noronha não tenha como parceira de aventuras
uma bela mulher sempre descrita como um modelo exemplar de beleza e por quem se
sente, invariavelmente, atraído havendo mesmo, nalguns casos, descrições um pouco
ousadas de momentos de atração / sedução entre ambos.
É verdade que todas essas
mulheres, a par do aspeto físico notável, são descritas como mentes brilhantes e
algumas desempenham cargos de relevo no mundo empresarial ou académico. Ainda
assim, não consigo deixar de pensar que se trata de um estereótipo que acaba
por coisificar a mulher e fazer dela pouco mais do que um objeto sexual neste
caso, “com miolos”.
Apesar disso, confesso, o que me
atrai nos livros de José Rodrigues dos Santos é a profusão de elementos
históricos, apresentados com grande pormenor e muito bem enquadrados na ficção que
suporta o enredo e que me levam a investigar, em paralelo, os temas por ele
tratados.
Como é o caso do livro que estou
a ler: o Vaticanum. Nele são feitas
referências verdadeiras a factos históricos sobre o escândalo do Banco Ambrosiano, a
morte do Papa
João Paulo I ou o apoio
do Papa João Paulo II ao sindicato polaco “Solidariedade”. Além da
desmistificação acerca do Banco
do Vaticano e das acusações de falta de transparência e corrupção que terão
levado o atual Papa Francisco a iniciar uma reforma profunda visando a
credibilidade da instituição. Matérias que despertam o meu interesse pelos contornos de mistério (e não só) que encerram.
Em conclusão: vale a pena ler
José Rodrigues dos Santos, mesmo não gostando nada de Tomás Noronha.
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