UM TRISTE E INDIGNO FIM PARA OS SERVIÇOS DE CULTURA
DA ASSEMBLEIA DISTRITAL
«Um importante património
cultural (arquivístico, biblioteconómico, editorial e museológico) ao abandono
e que apesar do seu valor ninguém parece querer e uma trabalhadora tratada de
forma indecente e chocante a qual nesta data tem já ONZE MESES DE SALÁRIOS EM
ATRASO, além de dois subsídios de férias também por receber, e a quem a ADSE
retirou todos os direitos de beneficiária. Ainda assim o Governo continua a
adiar, sem qualquer explicação, a apresentação da solução que lhe cabe...»
«Conhecida a decisão da
Assembleia Municipal de Lisboa de rejeição da Universalidade da Assembleia
Distrital, que lhes foi comunicada
logo no dia 3 de junho, o Governo só trinta e cinco dias depois publicou o despacho
que concretiza a sua transferência a favor do Estado Português, nos termos
do n.º 5 do artigo 5.º da Lei nº 36/2014, de 26 de junho.
Apesar de conhecer a composição
da Universalidade da Assembleia Distrital e de saber que havia uma trabalhadora
com quase um ano de salários e dois subsídios de férias em atraso, o Governo foi
incapaz de, durante esses mais de trinta dias, diligenciar no sentido de arranjar
uma solução célere para o problema da trabalhadora e encontrar a Entidade Recetora
que, na Administração Central, iria receber o valioso património cultural que aqui
está em causa (arquivístico, biblioteconómico, editorial e museológico).
Acabou publicando um despacho
generalista e indefinido que deixou a trabalhadora numa situação ainda mais grave
do que a anterior: sendo funcionária do Estado Português desconhece, contudo, a
quem deve obediência hierárquica e disciplinar, não tem “patrão” que lhe pague
o ordenado mensal e não sabe a quem caberá a responsabilidade de lhe pagar os
vencimentos em atraso (ou sequer quando os receberá).
No entanto é esta mesma
trabalhadora que, sozinha, sem salário há quase um ano, sem quaisquer meios logísticos,
técnicos ou financeiros ao seu dispor, e a partir de 9 de julho de 2014 sem
nenhum superior hierárquico a quem reportar responsabilidades, tem a incumbência
de zelar pelo importante espólio de uma Biblioteca com cerca de trinta mil
livros, um Arquivo histórico-administrativo com milhares de documentos, um
depósito com obras editadas pela Assembleia Distrital que importam em mais de
trezentos mil euros e um Museu Etnográfico com cerca de três mil peças.
Desde 9 de julho já passaram mais
quinze dias. Quinze dias de um silêncio angustiante e em que a trabalhadora
assiste, dia a dia, ao adiamento sucessivo e inexplicável de uma solução que só
não é possível de encontrar devido à falta de vontade política para o efeito.
Porque, sinceramente, custa-nos muito a crer que seja assim tão difícil
resolver o problema, em particular o dos salários em atraso levando-nos a duvidar
se este Estado é mesmo “pessoa de bem”.
Aproveitamos a oportunidade para,
nesta que será a última notícia aqui colocada, divulgar o “Relatório
e Contas de 2015”.»
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