«Fundamentalismo, pode significar qualquer posição de defesa de um conceito, ideologia ou doutrina, de ordem religiosa ou de outro tipo, de forma absolutamente radicalizada e fanatizada, sem qualquer análise isenta ou crítica. (In Infopédia: Porto Editora, 2003-2008)
Fundamentalista, pessoa que faz investigação sobre os princípios teóricos que estão na base das aplicações práticas. (In Dicionário da Língua Portuguesa Contemporânea: Academia das Ciências de Lisboa, p.1836)
Utilizar mecanismos tarifários (tal como no caso do estacionamento e do acesso aos centros urbanos), como factor de dissuasão à utilização do automóvel individual (In Sítio municipal sobre a participação de Almada no projecto europeu PIMMS, sobre gestão da mobilidade)»
Fundamentalista, pessoa que faz investigação sobre os princípios teóricos que estão na base das aplicações práticas. (In Dicionário da Língua Portuguesa Contemporânea: Academia das Ciências de Lisboa, p.1836)
Utilizar mecanismos tarifários (tal como no caso do estacionamento e do acesso aos centros urbanos), como factor de dissuasão à utilização do automóvel individual (In Sítio municipal sobre a participação de Almada no projecto europeu PIMMS, sobre gestão da mobilidade)»
«As modificações no trânsito automóvel na parte velha da cidade de Almada estão a deixar a generalidade dos que ali têm de se deslocar à beira de uma crise de nervos. Bloqueadas as saídas pelas ruas Bernardo Francisco da Costa, Olivença e Fernão Lopes e complicado o trânsito na Rua Capitão Leitão, à maioria do trânsito que deseja sair daquela parte da cidade só resta a alternativa da Rua Mendo Gomes Seabra, onde as filas de automóveis caminham a passo de caracol, qual armadilha onde se entra com alguma facilidade, mas de onde dificilmente se sai. Os que conhecem a cidade, ainda poderão sair pelas Torcatas ou fazer o circuito horroroso das Ruas Heliodoro Salgado, Carvalho Serra, D. João de Portugal, Elias Garcia, Francisco Andrade e, qual fim de labirinto, Bernardo Francisco da Costa versus Praça Gil Vicente.
Perguntamo-nos todos: porquê esta maldade à população de Almada? A resposta não é difícil de encontrar se procurarmos nos sítios da Internet da CMA ou nos boletins caríssimos que nos oferecem gentilmente todos os meses: todos seremos mais felizes se reduzirmos o trânsito automóvel dentro da cidade, e esta ficará mais saudável para aqui vivermos. Por isso aconselham-nos a andarmos a pé, de bicicleta ou, quanto muito, de veículo motorizado amigo do ambiente.
Se você é idoso, tem dificuldades motoras e precisa de se deslocar, a sua saúde só ganha se for a pé. Mas se é comerciante e precisa de abastecer a sua loja, faça como os comerciantes do “Martim Moniz”: use um carrinho de mão de duas rodas, e faça de Almada a Veneza da Península de Setúbal. Só que, aqui, alcatroados ou em calçada, os canais estão secos.
Velando pela nossa saúde e pelo nosso bem-estar, a CMA está a impor-nos um modo de vida que não interessa se nos satisfaz, o que é preciso é que satisfaça os seus modelos teóricos aplicados na nossa cidade.
E, vai daí, dificultaram ao máximo o estacionamento dentro da cidade para os que ali se deslocam, atribuindo a maioria do espaço de estacionamento disponível aos residentes. Deste modo, reduz-se a circulação automóvel de visitantes e de residentes.
Aparentemente favorável para os residentes, esta solução tem porém um efeito perverso. Os visitantes não são apenas os clientes e os abastecedores do comércio, mas são também os nossos pais e filhos, os nossos amigos, as nossas assistências clínicas e técnicas, que passaram a ver a vida negra para poderem estacionar perto das nossas casas. Um pequeno exemplo junto aos Paços do Concelho: 5 lugares de estacionamento para serem usados por 2 residentes. 3 lugares livres que o barbeiro, o ferrageiro, o droguista e outros comerciantes e seus clientes não podem utilizar, a não ser que se arrisquem a pagar os 60€ de multa da Ecalma, que tem aqui um belo negócio!
Este fundamentalismo rodoviário não está a afectar somente Almada Velha. Afecta também a generalidade das ruas de Cacilhas, da Quinta da Alegria, da Rua D. Sancho I, do Pragal, das Barrocas e da Cova da Piedade, onde modelos idênticos de limitação ao estacionamento estão a ser implementados. Aqui fica outro exemplo, denunciado pelos moradores da Praceta Ricardo Jorge (junto aos SMAS e ao quartel da Polícia): para 4 prédios com cerca de 60 fogos, foram destinados 4 lugares de estacionamento para residentes, 6 para os SMAS e 24 para a Polícia, que esta corporação ainda considera pouco!
Apelam-nos ainda para que usemos mais os transportes públicos. E aqui, o que verificamos? Ao invés de aumentarem este serviço público, retiraram-nos a carreira das Torcatas e, qual ideia mirabolante, temos a carreira do Cristo-Rei a circular junto ao mercado, às zonas comerciais da Bernardo Francisco da Costa e Capitão Leitão e dos Paços do Concelho, num sentido, mas não temos esta carreira a circular em sentido inverso neste percurso. Ou seja, quem quer ir de Almada Velha em direcção a Cacilhas, só através do eixo central da cidade encontra transportes públicos para o fazer.
“Os fundamentalistas rodoviários devem estar loucos!” seria um bom título para um filme de terror. Só que este filme é real e verdadeiro na nossa cidade!
Apelam-nos ainda para que usemos mais os transportes públicos. E aqui, o que verificamos? Ao invés de aumentarem este serviço público, retiraram-nos a carreira das Torcatas e, qual ideia mirabolante, temos a carreira do Cristo-Rei a circular junto ao mercado, às zonas comerciais da Bernardo Francisco da Costa e Capitão Leitão e dos Paços do Concelho, num sentido, mas não temos esta carreira a circular em sentido inverso neste percurso. Ou seja, quem quer ir de Almada Velha em direcção a Cacilhas, só através do eixo central da cidade encontra transportes públicos para o fazer.
“Os fundamentalistas rodoviários devem estar loucos!” seria um bom título para um filme de terror. Só que este filme é real e verdadeiro na nossa cidade!
António Tavares, in jornal Notícias de Almada de 18-12-2008
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