Foi um fiasco. Sinto-me tão desiludida. Tão desanimada, que nem tenho palavras para descrever o que sinto.
Muito embora fosse expectável a pouca afluência de público, infelizmente, não esperávamos que fosse assim tão notório o desinteresse dos cidadãos. Afinal, que legitimidade têm, depois, para exigir seja o que for?
Mais do que desiludida, sinto-me, mesmo até, bastante envergonhada. Envergonhada? perguntarão. Sim, envergonhada, repito eu... trazer convidados para virem discursar perante uma plateia de nove pessoas é ridículo. Assim, até dá vontade de desistir... É abusar da boa vontade dos oradores que se disponibilizaram para, supostamente, vir ouvir as pessoas e tentar esclarecer as suas dúvidas.
No total, contando com os membros da Mesa (da esquerda para a direita: Vereador António Matos, da Câmara Municipal de Almada; Miguel Salvado, Presidente da Assembleia de Freguesia de Cacilhas e José Henriques, da Secção de Almada da Associação de Comércio e Serviços do Distrito de Setúbal), estavam apenas doze pessoas na sala.
Que tristeza...
Nem sequer os membros da Assembleia de Freguesia estavam todos presentes. Excepção feita ao BE e ao PS, que não tinham faltas, da CDU e do PSD estavam somente dois elementos (um de cada uma destas forças políticas, sendo a maior percentagem de baixas as da CDU com cinco ausências).
Quanto ao executivo da Junta de Freguesia apareceu uma vogal, cuja atitude não posso deixar aqui de ressalvar: apesar dos graves problemas familiares que estava a enfrentar (ao nível da saúde de uma filha, internada no hospital), mesmo assim não quis faltar. Parece comezinha esta minha observação, mas olhem que não. Acho que é uma atitude de louvar face às circunstâncias em que decorreu o debate, numa sala quase vazia.
No público estiveram, imagine-se... dois, dois, cacilhenses, sendo que um deles representava a única associação local que fez questão de marcar presença: O FAROL – Associação de Cidadania de Cacilhas, embora todas tenham (e são muitas) sido convidadas.
Francamente, quando os principais interessados (a população de Cacilhas e os comerciantes locais) não aparecem, é caso para perguntar: será que vale a pena esforçarmo-nos por fazer alguma coisa?
No entanto, nas conversas de café, nas paragens dos autocarros, nos centros de saúde, nas escolas, pelos passeios, no recesso do lar, é vê-los (a estes cidadãos indiferentes) revoltados, a criticar a autarquia ou o Governo, a comentar a falta de oposição, a encher o ar de conversas ressabiadas, a fazer exigências no vazio, gritando para o parceiro do lado mas sem coragem de enfrentar os problemas de frente, com frontalidade. Enfim...
É uma tristeza, volto a dizer.
Mas não, não pensem que vou cruzar os braços.
Não é essa a minha postura. Embora, por vezes, tenhamos que reconhecer que é preciso parar... para reflectir, fazer um balanço da situação e definir novas estratégias de abordagem do problema.
E, aqui, o problema é a inexistência de hábitos de participação cívica da população. Mas não só. Eu sei. No caso em apreço, há também que analisar os métodos utilizados na divulgação da sessão que não terão sido os mais eficazes e a forma pouco empenhada na mobilização dos possíveis interessados... se a mensagem não passou, a culpa não é apenas do receptor... o emissor também não a soube transmitir. Aliás, ela terá estado mesmo ausente, pois nem sequer havia um pequeno texto a explicar quais os objectivos do debate e da importância da participação da população. Apenas um convite a marcar o dia, a hora e o local. Pouco, muito pouco, mesmo. Milagres é coisa que não existe.
Espero que esta ocorrência nos sirva de lição. E como sou daquelas que acho que é com os erros que fazemos (e corrigimos!) que conseguimos ir frente, espero que consigamos ultrapassar as dificuldades que levaram ao insucesso desta iniciativa... e que o próximo debate seja muito melhor.
Desistir não é solução.
Antes de terminar, contudo, resta-me dizer que, como "conversa de família", acabou até por ser uma noite interessante, embora algumas das perguntas que coloquei tenham ficado, convenientemente, sem resposta. Mas todos os presentes tiveram oportunidade de participar e manifestar a sua opinião, gerando-se diálogos só possíveis por a plateia ser tão escassa. Mas não era esse, de todo, o objectivo do debate.
Um resto de bom fim-de-semana a todos.
Muito embora fosse expectável a pouca afluência de público, infelizmente, não esperávamos que fosse assim tão notório o desinteresse dos cidadãos. Afinal, que legitimidade têm, depois, para exigir seja o que for?
Mais do que desiludida, sinto-me, mesmo até, bastante envergonhada. Envergonhada? perguntarão. Sim, envergonhada, repito eu... trazer convidados para virem discursar perante uma plateia de nove pessoas é ridículo. Assim, até dá vontade de desistir... É abusar da boa vontade dos oradores que se disponibilizaram para, supostamente, vir ouvir as pessoas e tentar esclarecer as suas dúvidas.
No total, contando com os membros da Mesa (da esquerda para a direita: Vereador António Matos, da Câmara Municipal de Almada; Miguel Salvado, Presidente da Assembleia de Freguesia de Cacilhas e José Henriques, da Secção de Almada da Associação de Comércio e Serviços do Distrito de Setúbal), estavam apenas doze pessoas na sala.
Que tristeza...
Nem sequer os membros da Assembleia de Freguesia estavam todos presentes. Excepção feita ao BE e ao PS, que não tinham faltas, da CDU e do PSD estavam somente dois elementos (um de cada uma destas forças políticas, sendo a maior percentagem de baixas as da CDU com cinco ausências).
Quanto ao executivo da Junta de Freguesia apareceu uma vogal, cuja atitude não posso deixar aqui de ressalvar: apesar dos graves problemas familiares que estava a enfrentar (ao nível da saúde de uma filha, internada no hospital), mesmo assim não quis faltar. Parece comezinha esta minha observação, mas olhem que não. Acho que é uma atitude de louvar face às circunstâncias em que decorreu o debate, numa sala quase vazia.
No público estiveram, imagine-se... dois, dois, cacilhenses, sendo que um deles representava a única associação local que fez questão de marcar presença: O FAROL – Associação de Cidadania de Cacilhas, embora todas tenham (e são muitas) sido convidadas.
Francamente, quando os principais interessados (a população de Cacilhas e os comerciantes locais) não aparecem, é caso para perguntar: será que vale a pena esforçarmo-nos por fazer alguma coisa?
No entanto, nas conversas de café, nas paragens dos autocarros, nos centros de saúde, nas escolas, pelos passeios, no recesso do lar, é vê-los (a estes cidadãos indiferentes) revoltados, a criticar a autarquia ou o Governo, a comentar a falta de oposição, a encher o ar de conversas ressabiadas, a fazer exigências no vazio, gritando para o parceiro do lado mas sem coragem de enfrentar os problemas de frente, com frontalidade. Enfim...
É uma tristeza, volto a dizer.
Mas não, não pensem que vou cruzar os braços.
Não é essa a minha postura. Embora, por vezes, tenhamos que reconhecer que é preciso parar... para reflectir, fazer um balanço da situação e definir novas estratégias de abordagem do problema.
E, aqui, o problema é a inexistência de hábitos de participação cívica da população. Mas não só. Eu sei. No caso em apreço, há também que analisar os métodos utilizados na divulgação da sessão que não terão sido os mais eficazes e a forma pouco empenhada na mobilização dos possíveis interessados... se a mensagem não passou, a culpa não é apenas do receptor... o emissor também não a soube transmitir. Aliás, ela terá estado mesmo ausente, pois nem sequer havia um pequeno texto a explicar quais os objectivos do debate e da importância da participação da população. Apenas um convite a marcar o dia, a hora e o local. Pouco, muito pouco, mesmo. Milagres é coisa que não existe.
Espero que esta ocorrência nos sirva de lição. E como sou daquelas que acho que é com os erros que fazemos (e corrigimos!) que conseguimos ir frente, espero que consigamos ultrapassar as dificuldades que levaram ao insucesso desta iniciativa... e que o próximo debate seja muito melhor.
Desistir não é solução.
Antes de terminar, contudo, resta-me dizer que, como "conversa de família", acabou até por ser uma noite interessante, embora algumas das perguntas que coloquei tenham ficado, convenientemente, sem resposta. Mas todos os presentes tiveram oportunidade de participar e manifestar a sua opinião, gerando-se diálogos só possíveis por a plateia ser tão escassa. Mas não era esse, de todo, o objectivo do debate.
Um resto de bom fim-de-semana a todos.
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