terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

Cheias: hipocrisia e desleixo.

Setúbal, 18-02-2008 (tirada DAQUI)


Cenários destes repetem-se periodicamente. E perante a tragédia, o que fazem os nossos políticos? Tentam livrar-se de responsabilidade. Os culpados identificam-se, mas ninguém é responsável. Ou, por outra, é sempre o outro...

(títulos do jornal Metro - Lisboa, de 19-02-2008)

O Governo diz que são as autarquias. Estas mostram-se "estupefactas"... A ambos (Ministro do Ambiente e Associação Nacional de Municípios Portugueses) pergunto:
Em 1987, foi criado o designado "Projecto de Controlo de Cheias da Região de Lisboa" (um departamento do Instituto da Água), supostamente para promover acções na Defesa Contra as Cheias. O que tem sido feito?
Prédios construídos em leitos de cheia, escoadoros pluviais urbanos entupidos, construções sem qualidade técnica, etc. etc... Quem licencia os projectos?



Tanta hipocrisia é demais. Seja da parte do Governo, que esquece as suas atribuições na matéria (como seja a da limpeza das linhas de água), ou dos municípios, cujo representante (o Dr. Fernando Ruas) parece querer olvidar uma sua competência (a do licenciamento urbano)... Desleixo, incompetência e, pior, interesses escusos entre construtores civis e autarquias. Irresponsbilidade é o retrato destas cheias, apesar da tragédia social. Fariam melhor figura os nossos políticos se começassem a tratar, agora, dos problemas concretos em vez de perder tempo com acusações levianas (falando de cátedra como se não tivessem contribuído para a situação). Porque, afinal, todos têm culpas no cartório.

Sem comentários:

Related Posts with Thumbnails