terça-feira, 29 de março de 2011

Poema de agradecimento à corja

Obrigado, excelências.

Obrigado por nos destruírem o sonho e a oportunidade de vivermos felizes e em paz.

Obrigado pelo exemplo que se esforçam em nos dar

de como é possível viver sem vergonha, sem respeito e sem dignidade.

Obrigado por nos roubarem.

Por não nos perguntarem nada.

Por não nos darem explicações.

Obrigado por se orgulharem de nos tirar as coisas por que lutámos

e às quais temos direito.

Obrigado por nos tirarem até o sono.

E a tranquilidade.

E a alegria.

Obrigado pelo cinzentismo, pela depressão, pelo desespero.

Obrigado pela vossa mediocridade.

E obrigado por aquilo que podem e não querem fazer.

Obrigado por tudo o que não sabem e fingem saber.

Obrigado por transformarem o nosso coração numa sala de espera.

Obrigado por fazerem de cada um dos nossos dias

um dia menos interessante que o anterior.

Obrigado por nos exigirem mais do que podemos dar.

Obrigado por nos darem em troca quase nada.

Obrigado por não disfarçarem a cobiça, a corrupção, a indignidade.

Pelo chocante imerecimento da vossa comodidade

e da vossa felicidade adquirida a qualquer preço.

E pelo vosso vergonhoso descaramento.

Obrigado por nos ensinarem tudo o que nunca deveremos querer,

o que nunca deveremos fazer, o que nunca deveremos aceitar.

Obrigado por serem o que são.

Obrigado por serem como são.

Para que não sejamos também assim.

E para que possamos reconhecer facilmente quem temos de rejeitar.


1 comentário:

Anónimo disse...

Será que os comunas aburguesados de almada estão à rasca como eu estou.pudera muitos deles com salários e reformas de 2500 e 3000 euros. Chulos. novos ricos. demagogos.

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