Esta semana (como, aliás, o tem sido nos últimos tempos) tem sido parca em tempo disponível para me dedicar à blogosfera. Mercê de um acréscimo inesperado de serviço, muito culpa do Governo que resolveu implementar uma série de diplomas sobre a reforma da Administração Pública assim de rajada, este meu cantinho passa longos períodos sem ser actualizado. Peço desculpa aos meus leitores mais assíduos e espero que me compreendam... e que, sobretudo, não deixem de passar por cá.
Passemos, então, ao assunto que me trás hoje aqui.
A semana passada ofereceram-me uma "Máquina de fazer Pão" e, de imediato, resolvi experimentá-la.
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Mas, eu que até tenho alguns dotes culinários (segundo diz quem prova as minhas receitas), foi um autêntico desastre. Em vez de pão, saiu um tijolo duro, com mau aspecto, que seguiu rápido para o caixote do lixo.
Pensei que o erro estaria na dosagem dos ingredientes já que, afinal, como faço tudo "a olho", por intuição, seria fácil enganar-me nas proporções.
Fui logo comprar uma balança de cozinha. E de novo tentei... Que desilusão! A espécie de qualquer coisa (menos pão) saiu igual ao primeiro espécime. E, claro, teve o mesmo destino... caixote do lixo.
A dúvida instalou-se. O que estaria a falhar? Eu que raramente me engano nas receitas, que gosto de cozinha criativa e tenho obtido sempre bons resultados, onde é que estou a falhar?
E vai daí resolvi, porque não há duas sem três, experimentar, novamente... seguir a receita do manual que acompanhava a máquina (uma Clatronic) "à risca", tudo medido com precisão... desde a farinha ao fermento, sal e água nas quantidades indicadas, uma pitada de açúcar. Os procedimentos em termos de programação da máquina, a colocação dos ingredientes pela ordem indicada, etc. Mesmo assim, ao fim de três horas, o resultado final foi uma completa desgraça, como a primeira foto documenta. Um pão duro, que nem chegou a levedar, com mau aspecto. Lixo com ele. Bolas!! pensei. Isto já me está a ficar caro.
Francamente. Já estava a ficar farta. Mas como não sou mulher de desistir, acabei fazendo uma pesquisa na Internet e verifiquie que havia mais gente a quem acontecera o mesmo. Parecia que, independentemente da marca, mas em particular no caso da Clatronic, as receitas do manual são muito más e raramente se consegue um pão de jeito.
Com mais umas pesquisas, encontrei muitas dicas para fazer pão (no forno clássico a lenha, nos eléctricos e, também, receitas específicas para máquinas de fazer pão). E, com os conhecimentos adquiridos resolvi arriscar e fazer umas "receitas à minha moda", combinando dosagens de farinhas diferentes e dando um toque especial a cada uma delas.
Para minha grande surpresa (confesso que temia não obter resultados satisfatórios), logo a primeira receita saiu bem, quer no aspecto quer no sabor e textura. Foi pão com orégãos:
340 ml de água; 15 gs de fermento de padeiro; 2 colheres de sopa de açúcar; 3 colheres de sopa de azeite: 2 colheres de chá de sal fino; 500 grs de farinha de trigo tipo 65; 100 grs de farinha de centeio; 2 colheres de sopa de orégãos secos.
Desfaça o fermento na água morna. Na cuba da máquina coloque os ingredientes pela seguinte ordem: água, azeite, açúcar, sal, farinha de trigo, farinha de centeio e orégãos.
Escolha o ciclo "Ultra rápido I" (que dura 58 minutos) e a cor "Média".
Incentivada pelo êxito anterior, no dia seguinte parti para outra inovação: p
ão de centeio com alho.
170 ml de água; 170 ml de leite meio gordo; 15 grs de fermento de padeiro; 2 colheres de sopa de açúcar; três colheres de sopa de azeite; 2 colheres de chá de sal fino; 1 colher de sopa de alho em pá; 1 colher de sopa de salsa seca picada; 400 grs de farinha de trigo tipo 65; 100grs de farinha de trigo integral; 100 grs de farinha de centeio.
Junte o leite e a água. Amorne. Desfaça nesse líquido o fermento. Deite-o na cuba da máquina de fazer pão. De seguida, vá deitando os outros ingredientes pela seguinte ordem: azeite, açúcar, sal, farinhas (trigo simples, integral e de centeio), alho em pó e salsa. Seleccione o programa "Ultra rápido I" e a cor "Média".
E, hoje, tentei fazer um pão diferente para acompanhar o almoço (lombo de porco no forno com erva doce e orégãos, acompanhado com batatas assadas a murro temperadas com o mesmo molho da carne)...
broa de grão com coentros.
340 ml de água; 15 grs de fermento de padeiro; 300 grs de farinha de trigo tipo 65; 100 grs de farinha de trigo integral; 200 grs de farinha de grão; 2 colheres de chá de sal fino; 2 colheres de sopa de açúcar; 3 colheres de sopa de azeite; 2 colheres de sopa de coentros frescos picados finos.
Amorne a água e desfaça nela o fermento. Deite-a na cuba da máquina de fazer pão. A seguir vá colocando os ingredientes: açúcar, azeite, sal, coentros e farinhas. E já sabe: ciclo "Ultra rápido" e cor "Média". Ao fim de 58 minutos tem a broa pronta.
Das azelhices iniciais já me esqueci... e quase me transformei numa padeira profissional. E esta hem?
Um resto de bom domingo... Já agora: podem cortar uma fatia e provar. As minhas cobaias (a família e amigos, como é costume nestas aventuras culinárias que costumo encetar) dizem que qualquer uma destas versões de pão é muito boa. Para acompanhar a comida, para sandes e até se come bem sem nada. Estejam à vontade.
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