quarta-feira, 9 de abril de 2008

O amolador

Cacilhas, Rua Comandante António Feio (Março de 2008)

Esta é uma profissão em extinção. Das poucas vezes que por aqui passa (já muito raramente) o som da flauta com que se faz anunciar (prenúncio de chuva, diziam os antigos, nem sei bem porquê) tem um toque mágico que me transporta à infância.

E termino esta curta mensagem com um poema de um poeta amigo que muito admiro, o Rogério Simões (do blog POEMAS DE AMOR E DOR), sobre o amolador (um retrato fiel daquilo que eu também senti... só que recordei a Almada, e não Lisboa, de há trinta e muitos anos atrás):

Sete notas no ar hoje ecoaram
O pregão de Amolador anda no ar.
Por todas as casas se procuraram
Tesouras e facas para aguçar.

Despertou em mim a curiosidade
Fizeram-me recordar tradições
Passado recente da minha cidade
Lisboa, de encantos e de pregões.

Mas o som da flauta era sonante...
Anunciava a chuva e a tempestade
Incómodo, enfadonho e marcante
Agora ao recordar sinto saudade.

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