Ontem, depois do almoço, fui até à Trafaria. E, ao chegar àquela que foi a praia da minha infância, de areia branca e fina, só me apeteceu dizer: PORRA!
Peço desculpa por utilizar esta interjeição, mas é que não posso deixar de ficar chocada com a imagem que se me depara... Com uma das mais belas frentes ribeirinhas do concelho de Almada, é triste ver este abandono a que a Trafaria está votada, sinónimo de irresponsabilidade dos políticos mas, também, dos residentes, em particular dos pescadores que deixam a praia parecendo uma lixeira.
E a propósito da palavra porra, lembrei-me de um trecho do livro AL-GHARB, de Alberto Xavier, que fez dar umas sonoras gargalhadas quando o li e contribuiu para me animar um pouco:
«Raros fonemas conseguem produzir o prazer «excretal» de «porra». Seja qual for o significado material deste fonema, a verdade é que é indizível o prazer acústico-labial que dá dobrar os lábios em posição de combate, e expelir a militar oclusiva «P» com o prazer uretral de quem urina, e a raivosa vibrante velar, o «R» sonoro forte, no véu palatino, de modo rolado, repetitivo, como um rufar de tambor ou um disparo múltiplo de «fogo grego». Dizer «porra» é (...) um estilizado e intencional prazer fonético.»
Bom fim-de-semana.
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