Esta foi a casa onde nasci, na Trafaria, há quase quarenta e nove anos. Nela residi até aos sete anos de idade.
Doi-me imenso ver o estado de degradação a que chegou... emociona-me olhar aquele quintal, onde em menina eu tanto gostava de brincar, e em vez da parreira, da pereira e das flores que por ali haviam, encontrar lixo e ervas daninhas.
Ver aquelas paredes, outrora caiadas de branco, assim esventradas... é uma sensação que nem sei descrever.
Mas, apesar de tudo, sempre que a nostalgia me bate à porta, aí vou eu até à Trafaria. Acabo por vir de lá tão triste, tão triste mesmo... contudo, não consigo deixar de passar por lá.
É que a desolação não se fica pelo património construído, de que este é apenas um dos muitos exemplos que por ali existem... a praia (como já aqui vos mostrei) é, também, o espelho dessa degradação que nos fere até a alma.
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