sábado, 26 de janeiro de 2013

Consequências de um concurso viciado...


Este tipo de crime de que o MP acusa o antigo presidente da CM de Penela e que foi Secretário de Estado da Administração Local até ontem, Paulo Júlio, não é caso único...
Muito pelo contrário.
Concursos à medida, favorecimentos na seleção de pessoal, critérios adequados ao perfil de quem se quer contratar por ser amigo, familiar ou do mesmo partido de quem está no poder executivo, são, infelizmente, práticas comuns em, arrisco mesmo a dizê-lo, todas as autarquias, independentemente de quem as governa ser de esquerda ou de direita.
Existem maus exemplos destes em todos os quadrantes políticos. Até na pretensa esquerda impoluta do “trabalho, honestidade, competência” como é o caso de Almada onde tantas ocorrências deste tipo se vão passando (em particular nos SMAS, como já aqui demos notícia), sem que politicamente se veja qualquer consequência. Os favorecidos lá continuam nos lugares que lhes “ofereceram” e os prejudicados são sempre os mesmos: os munícipes que tudo pagam, os trabalhadores que foram preteridos, os cidadãos que tiveram a ousadia de coligir provas e apresentá-las a quem de direito para as apreciar.
Lamentável é que, na prática, apesar de se saber que as coisas são assim, ninguém acabe condenado e quem denuncia as ilegalidades seja encarado como caluniador e veja cair sobre si não só a fama de mentiroso como, por vezes, processos judiciais por difamação...
É a justiça de "pernas para o ar" e a desresponsabilização dos infratores, incentivando a que continuem impunemente a cometer este tipo de ilícitos por se sentirem protegidos enquanto quem pugna pelo cumprimento da lei acaba quase sempre por desistir perante tantos entraves.



A propósito da demissão de Paulo Júlio, apenas tenho a dizer que fez muito bem em se demitir. Com a sua idoneidade posta em causa, por mais que ele diga (aliás, dizem-no todos) que se sente de consciência tranquila, foi a atitude correta depois da divulgação destas notícias… Outro comportamento tem o seu colega de partido e de Governo Miguel Relvas, que quanto mais a sua credibilidade é “deitada ao chão” mais ele fica de “pedra e cal” no lugar que ocupa.

1 comentário:

soliveira disse...

O azar destes autarcas é, calhar na autarquia onde desempenham as suas funções a candidatura do familiar; é de facto um grande azar, entre as centenas de autarquias, calhar logo ali.
Já aqui em Almada, o mesmo azar aconteceu com a filha de uma autarca; com tantas SMAS espalhadas pelo país, tinha logo o azar de vir aqui calhar.

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