sexta-feira, 1 de agosto de 2014

Portugal precisa de mim? E eu dos vencimentos que por sua culpa não recebo desde novembro de 2013!


Caro Dr. António Costa

Não sou simpatizante do PS, muito menos militante, e não apoio nenhuma candidatura nas primárias que, por coincidência, se irão realizar no dia do meu aniversário. Mas recebi hoje esta sua mensagem, apesar de nunca o ter autorizado a utilizar o meu contacto pessoal para efeitos de campanha partidária.

Ainda assim não posso, contudo, deixar de aproveitar a oportunidade para lhe dirigir algumas palavras, apesar de não o considerar “meu amigo” e classificar essa sua forma de tratamento abusiva atendendo aos factos que a seguir exponho (sobejamente de si conhecidos):

Mercê da sua atitude prepotente, assumida à margem da lei e à revelia dos órgãos autárquicos do município, a entidade onde exerço funções há quase trinta anos (www.ad-lisboa.pt) entrou em rutura financeira e deixou de poder honrar os compromissos com os seus trabalhadores a partir de agosto de 2013.

Embora careça de sustentação jurídica e dificilmente se encontrem quaisquer outras justificações atendíveis, por aquilo que apenas pode ser um mero capricho político pessoal dada a ausência de fundamentos legítimos, V.ª Ex.ª não autoriza que a Câmara Municipal de Lisboa pague à Assembleia Distrital, desde janeiro de 2012, as contribuições a que está legalmente obrigada sendo, nesta data, a única autarquia do Distrito que assim procede.

Em consequência desse seu comportamento arrogante, intransigente, antiético, antidemocrático e inconstitucional, há SALÁRIOS EM ATRASO HÁ MAIS DE NOVE MESES CONSECUTIVOS (além do subsídio de férias) num órgão da Administração Pública cujos trabalhadores merecem ser tratados com respeito e dignidade mas os quais o senhor não tem pejo em humilhar de forma tão cruel privando-os da sua remuneração mensal por tempo indeterminado.

Por isso a sua missiva me deixou tão chocada e revoltada por constatar a hipocrisia das suas palavras.

Começa por dizer que Portugal precisa de mim. Pois eu, caro Dr. António Costa, termino dizendo-lhe a si que preciso dos vencimentos que desde novembro de 2013 não recebo por sua culpa.

E, já agora, informo-o de que, por razões óbvias, não pretendo integrar a sua Comissão de Honra nem faria sentido que divulgasse o apelo ao voto na sua candidatura.




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